BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve aproveitar sua visita ao Japão, prevista para os dias 24 a 27 de março, para pedir às autoridades japonesas que agendem uma visita técnica fitossanitária necessária para liberação de exportação de carne bovina in natura brasileira para o país asiático.

De acordo com o Itamaraty, a visita técnica é uma das condições para a abertura desse mercado, um pleito antigo do governo brasileiro. Os japoneses, no entanto, ainda não definiram data para a inspeção.

O Brasil já exporta carne de frango para o Japão e busca também maior abertura para o mercado de carne suína in natura.

Lula deve chegar ao Japão no próximo dia 24 para visita de Estado, a mais alta categoria de visita oficial no país, e fica até o dia 27. Ele será recebido pelo imperador Naruhito e a imperatriz Masako, e terá reunião de trabalho com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba.

Além disso, uma comitiva de cerca de 500 empresários acompanha o presidente brasileiro, e haverá um fórum empresarial Brasil-Japão no hotel New Otani, em Tóquio.

De acordo com o embaixador japonês no Brasil, Teiji Hayashi, a presença de Lula no Japão será um impulso às relações entre os dois países, que completam 130 anos em novembro deste ano.

Esta será a segunda ida do presidente Lula ao Japão neste mandato. Em maio de 2023, ele foi a Hiroshima durante a cúpula do G7, quando se reuniu com outros líderes mundiais e com o então premiê japonês, Fumio Kishida, que por sua vez visitou o Brasil em 2024.

À época, em declaração à imprensa após reunião com Kishida no Palácio do Planalto, Lula falou em tom de brincadeira para o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), levar o líder japonês a uma churrascaria em São Paulo.

Lula visita o Vietnã após Tóquio, e há expectativa do setor agropecuário exportador de abertura desses mercados. O Japão importa carne bovina principalmente da Austrália e dos Estados Unidos.

Em Hanói, o petista se reunirá com o presidente, o primeiro-ministro, o líder da Assembleia Nacional e com o secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, à frente do país.

O fluxo comercial entre Brasil e Vietnã tem crescido nos últimos anos, representando cerca de US$ 8 bilhões, de acordo com o Itamaraty. O plano do ministério é elevar o comércio a US$ 15 bilhões até 2030.

O governo busca ainda ampliar a parceria com Hanói por meio da elevação das relações ao nível de parceria estratégica, status existente apenas nas relações do Brasil com a Indonésia no Sudeste Asiático. O ministério quer terminar a visita de Lula ao menos com um plano de ação para esse aprofundamento das relações entre os dois países.

A ampliação das relações com países asiáticos é uma das prioridades da política externa do governo Lula para 2025. O brasileiro pode ainda visitar a China no primeiro semestre. No segundo semestre, há a possibilidade de Lula viajar à Malásia e à Indonésia -o primeiro país é membro parceiro do Brics, presidido pelo Brasil neste ano, e o segundo foi admitido como membro pleno em janeiro.