Da Redação

A empresária Karine Gouveia, de 33 anos, e seu marido, Paulo César Dias, de 43, permanecerão presos preventivamente após decisão da Justiça nesta quinta-feira (13). O casal, conhecido por atuar como influenciadores digitais no ramo estético, é investigado por realizar procedimentos ilegais que resultaram em lesões graves e deformações em diversos pacientes. A prisão foi determinada um mês após o casal ter sido solto por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

De acordo com a Polícia Civil, Karine e Paulo realizavam procedimentos de alto risco sem formação adequada, utilizando substâncias proibidas, como óleo de silicone e PMMA. A juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, do 1º Juízo das Garantias da Comarca de Goiânia, destacou a gravidade das acusações e afirmou que as provas reunidas são sólidas o suficiente para justificar a prisão. “Resta clara a necessidade de acautelamento do meio social”, declarou a magistrada, ressaltando que medidas alternativas não seriam eficazes no caso.

Investigação e acusações

O casal foi preso pela primeira vez em dezembro de 2024 durante uma operação da Polícia Civil que apurava danos físicos causados por procedimentos estéticos ilegais. Além deles, técnicos da clínica, que também não possuíam formação adequada, foram alvos de mandados de prisão, busca e apreensão. Segundo as autoridades, a clínica possuía apenas autorização para procedimentos estéticos minimamente invasivos, contrariando as alegações da defesa de que todas as exigências legais estavam sendo cumpridas.

A investigação revelou ainda que os materiais utilizados eram inadequados e que os responsáveis movimentaram grandes quantias de dinheiro. Na operação, foram bloqueados R$ 2,5 milhões em contas bancárias e apreendido um helicóptero avaliado em R$ 8 milhões.

Em fevereiro deste ano, a ministra do STJ, Daniela Teixeira, concedeu liberdade ao casal, alegando que a prisão era desproporcional e que outros envolvidos já haviam sido soltos. A defesa também argumentou que o casal não poderia mais interferir nas investigações e citou a necessidade de cuidar do filho de 7 anos, que havia passado por uma cirurgia após um acidente de carro.

Defesa contesta decisão

Após a nova prisão, os advogados de Karine e Paulo emitiram uma nota contestando a decisão judicial. Segundo a defesa, a prisão preventiva é injustificada e baseada em “narrativas falsas”, acusando o Ministério Público e o Judiciário de “criminalização da advocacia”. Além disso, ressaltam que o STJ já havia determinado que medidas cautelares seriam suficientes para garantir a investigação.

Apesar do posicionamento da defesa, a decisão da Justiça determina que o casal seja encaminhado ao Complexo Prisional, e novos desdobramentos do caso devem ocorrer nos próximos dias.