WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Dezenas de manifestantes foram presos nesta quinta-feira (13) na Trump Tower, em Nova York, enquanto protestavam contra a detenção do estudante da Universidade Columbia Mahmoud Khalil pelo governo Donald Trump, que tenta deportá-lo por ser um ativista pró-palestina.
Khalil foi preso no sábado (8) e depois encaminhado para a custódia de imigração em Louisiana. O governo alegou que ele foi um dos líderes de atos a favor da Palestina no ano passado em Columbia como justificativa para detê-lo, gerando revolta de colegas, associações por liberdades civis e democratas.
Nesta quinta, pelo menos 150 manifestantes entraram na Trump Tower, na Quinta Avenida em Manhattan, segundo o Departamento de Polícia de Nova York. As autoridades prenderam mais de 90 pessoas sob acusação de invasão, entre outras.
A Trump Tower, localizada na Quinta Avenida em Manhattan, é a sede da Trump Organization. Trump e a primeira-dama Melania Trump têm um apartamento na cobertura. O filho deles, Barron, mora lá desde o outono, quando começou a estudar na Universidade de Nova York.
A manifestação dessa quinta foi articulada pela Jewish Voice for Peace (Voz judia pela paz). O grupo descreve-se como uma organização judaica progressista antisionista.
“Não ficaremos parados enquanto este regime fascista tenta criminalizar palestinos e todos aqueles que clamam pelo fim do genocídio financiado pelos EUA do governo israelense contra o povo palestino”, escreveu o grupo no X.
A prisão de Khalil motivou outros protestos realizados durante a semana, inclusive nos arredores da Universidade Columbia.
A tentativa do governo Trump de deportá-lo está paralisada devido a ordem de um juiz federal de Nova York, que proibiu a remoção enquanto a corte analisa o caso.
Khalil é estudante de pós-graduação da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos de Columbia. Ele foi detido por agentes do Departamento de Segurança Interna na frente de sua esposa, uma cidadã americana grávida de oito meses, no saguão do prédio, dizendo-lhe que seu visto de estudante havia sido revogado, de acordo com Amy Greer, advogada do estudante.
O aluno tem um green card de residência permanente nos EUA desde 2024 e não está mais com um visto de estudante, afirmou Greer. Segundo ela, a esposa do estudante mostrou aos agentes o green card de Khalil e também foi ameaçada da prisão. Ainda de acordo com a advogada, os agentes teriam afirmado que o green card havia sido revogado, recusaram-se a dar um motivo, e algemaram Khalil.
Os advogados recorreram da prisão no tribunal distrital em Manhattan.
A prisão foi comemorada pelo próprio Trump nas redes sociais. O presidente afirmou na segunda (10) na sua rede social, a Truth Social, que esta é “a primeira de muitas que virão”.
“Sabemos que há mais estudantes em Columbia e em outras universidades em todo o país que se envolveram em atividades pró-terroristas, antissemitas e antiamericanas, e o governo Trump não vai tolerar isso. Muitos não são estudantes, são agitadores pagos”, afirmou o presidente, sem apresentar evidências das acusações.
Segundo ele, os esforços de seu governo continuarão: “Encontraremos, prenderemos e deportaremos esses simpatizantes do terrorismo de nosso país para que nunca mais voltem. Se você apoia o terrorismo, sua presença é contrária aos nossos interesses nacionais e de política externa, e você não é bem-vindo aqui”, escreveu.
Horas antes de ser preso, Khalil disse à agência de notícias Reuters que estava preocupado com o fato de o governo estar fazendo dele um alvo por seus comentários na imprensa sobre o que chama de movimento antiguerra.