BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O aniversário de José Dirceu (PT) atraiu nesta terça-feira (11) em Brasília integrantes do governo Lula e líderes do Congresso, incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A data foi comemorada em um restaurante de Brasília.
Ao menos dez ministros do governo prestigiaram o evento, entre eles Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Secom), Esther Dweck (Gestão), além dos líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE). O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), também compareceu.
Dos auxiliares mais próximos do presidente da República, também estiveram no evento seu chefe de gabinete, Marco Aurélio Santana Ribeiro, conhecido como Marcola, e Ricardo Stuckert, secretário de Audiovisual da Secom.
Apontado como um dos mais poderosos ministros da Esplanada, Sidônio atravessou o espaço de festas para cumprimentar Dirceu. À reportagem afirmou que, todas as vezes que for convidado, vai prestigiar o petista.
A comemoração reuniu ainda nomes que integraram o governo mas o deixaram nesses últimos dois anos, entre eles o ex-ministro da Secom Paulo Pimenta e o ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates.
Integrantes do centrão, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), o atual vice-presidente da Casa, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), o líder da maioria no Congresso, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), também passaram pelo evento.
Pouco antes das 22h, Dirceu subiu ao palco para fazer um discurso. Ao pé da estrutura estava Rui Costa, que aplaudiu trechos da fala do petista.
Em seu discurso, o ex-ministro pregou a aliança de partidos que defendem a democracia, a soberania e o estado de bem-estar social. Em um momento, afirmou que a democracia está ameaçada por brasileiros que “na aliança com o bolsonarismo vão aos Estados Unidos pregar a traição nacional e a intervenção dos EUA e das big techs nos assuntos internos nacionais”.
“Quando se fala do terceiro governo do presidente Lula, estamos falando de um governo sitiado pela conjuntura internacional, que nos impõe, em primeiro lugar, a aliança política com todos aqueles que defendem a soberania, a democracia e o estado de bem-estar social”, disse.
Em outro momento, citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), dizendo que ele não é alternativa ao bolsonarismo, mas “o próprio bolsonarismo”. Também disse que é preciso defender o governo do petista. “Fomos capazes de tirar Lula da prisão e eleger ele presidente. Seremos capazes de novo de sustentar o governo Lula, fazer essa disputa política e vencer em 2026.”
Candidato à presidência do PT com apoio de Dirceu, Edinho Silva circulou pelos salões da festa, cumprimentando e conversando com os convidados. Nas rodinhas de conversa, ele dizia esperar o apoio de todos os integrantes da CNB (Construindo um Novo Brasil), a principal corrente do partido, em torno do seu nome, além de pregar a unidade do PT como um todo.
Na avaliação de aliados do ex-ministro, o evento desta terça é considerado uma espécie de lançamento da candidatura de Dirceu à Câmara dos Deputados em 2026. Ele também organizará outro evento, em São Paulo, neste sábado (15), em galpão utilizado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A expectativa é que essa segunda comemoração reúna 800 pessoas.
Dirceu foi articulador político no primeiro mandato de Lula, na Casa Civil. No início de 2004, o advogado ganhou uma espécie de “auxiliar” com a criação da Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais -pasta agora chefiada por Gleisi.
O escândalo do mensalão, porém, se abateu diretamente sobre Dirceu em 2005, época em que o petista foi acusado por Roberto Jefferson (PTB, hoje PRD) de cooptar partidos para apoiar o governo em troca de pagamentos mensais. Dirceu perdeu o cargo no governo e o mandato de deputado federal na Câmara.
Em 2012, foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), tendo sido preso no ano seguinte. No ano passado, ele recuperou seus direitos políticos, com a anulação de sentenças que tinham sido expedidas no âmbito da Operação Lava Jato.