Da Redação
O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tomou posse nesta segunda-feira (10) destacando a importância da cooperação entre governo federal, estados e municípios para enfrentar a dengue e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Em seu discurso, ele defendeu o uso da ciência como base para as políticas públicas e afirmou que a experiência da pandemia de covid-19 deve servir como aprendizado para futuras crises sanitárias.
Prioridades da gestão
Padilha anunciou que seu mandato terá três focos principais, seguindo orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
1. Ampliação do número de médicos especialistas para atender a população.
2. Combate intensivo à dengue, com a distribuição de 60 milhões de doses da vacina nacional desenvolvida pelo Instituto Butantan.
3. Aumento da cobertura vacinal em geral, fortalecendo campanhas contra diversas doenças.
O ministro destacou que a produção nacional da vacina contra a dengue representa um avanço para a autonomia do Brasil na fabricação de imunizantes. Além disso, garantiu que sua gestão apoiará iniciativas internacionais de saúde, reforçando a parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enfrentamento ao negacionismo e críticas à gestão anterior
O discurso de posse também teve tom político, com críticas à condução da pandemia pelo governo anterior. Padilha ressaltou que a negligência passada poderia ter causado ainda mais mortes e prometeu uma administração baseada na ciência e no combate à desinformação.
“Nosso inimigo é o negacionismo. Precisamos garantir que a população tenha acesso a informações corretas e confiáveis sobre saúde”, afirmou o ministro. Ele também anunciou parcerias com universidades e centros de pesquisa para a formação de mais especialistas, além do fortalecimento da atenção primária à saúde.
Fim da Tabela SUS e novo modelo de remuneração
Outro ponto importante abordado por Padilha foi a necessidade de reformular o sistema de pagamento dos serviços de saúde. Ele prometeu acabar com a chamada “Tabela SUS”, que define os valores pagos pelo governo federal a hospitais e clínicas conveniadas.
“Vamos superar esse modelo ultrapassado e garantir um sistema de remuneração mais justo para estados, municípios e Santas Casas. Isso permitirá um atendimento mais eficiente e ágil à população”, explicou.
A reformulação da Tabela SUS é uma demanda antiga do setor de saúde, pois os valores pagos atualmente são considerados defasados e insuficientes para cobrir os custos dos procedimentos médicos. O novo modelo buscará equilibrar o financiamento dos serviços e ampliar o acesso da população a tratamentos especializados.
Com um discurso firme e promessas de mudanças estruturais, Padilha assume o Ministério da Saúde com o desafio de fortalecer o SUS, combater epidemias e garantir que a ciência e a informação correta sejam pilares da política pública de saúde no país.