BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A nova ministra da SRI (Secretaria das Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (10), ter ciência do papel de articulação política que deverá exercer, com acenos ao ministro Feranndo Haddad (Fazenda) e aos presidentes da Câmara e do Senado.
A posse da então presidente do PT ao ministério foi realizada com a presença do presidente Lula (PT) no Palácio do Planalto, em cerimônia que também nomeou Alexandre Padilha (PT), agora à frente do Ministério da Saúde, para o lugar de Nísia Trindade.
“Cheguei para somar nesse governo de ampla coalizão. Chego para colaborar com todos os ministros e ministras respeitando os espaços e competência de cada um. Tenho plena consciência do meu papel que é da articulação politica”, disse.
Gleisi direcionou parte de seu discurso aos ministros Fernando Haddad, Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha e à ex-ministra Nísia Trindade, em que reforçou que atuará colaborando com os respectivos trabalhos e “respeitando os espaços e competências de cada um”.
Falou em “respeitar adversários” e em “colaborar com todos”. Citou como prioridades a consolidação de uma “base estável” no Congresso, já na votação do Orçamento de 2025, que ainda não foi aprovado.
Também mencionou como prioridade a ampliação da isenção do Imposto de Renda, em proposta apresentada por Haddad em novembro passado.
Ela citou ainda especificamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmando que terá atuação conjunta.
A deputada federal já era cotada para o cargo de articulação política do governo, dentro do contexto da reforma ministerial encabeçada por Lula, em um cenário de baixa na aprovação da gestão.
A nomeação de Gleisi gerou incômodo entre partidos do centrão e ministros do PT antes mesmo de ser anunciada, e sua confirmação reforçou a desconfiança nesses grupos sobre como será o seu papel.
Agora à frente da pasta cuja função é a articulação política, Gleisi já travou embates com partidos não só da oposição, como da base aliada, assim como com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A escolha foi anunciada pelo presidente três dias depois de anunciar Padilha para a Saúde em substituição a Nísia. A socióloga foi demitida dias após a Folha revelar a intenção do presidente de trocar a chefia do ministério.
Agora ex-ministra da Saúde, ela abriu a cerimônia com um discurso de despedida e parabenização aos dois recém-empossados.
Participaram também da posse desta segunda, o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros de Estado, entre eles, Fernando Haddad, Ricardo Lewandowski (Justiça), Anielle Franco (Igualdade Racial), Simone Tebet (Planejamento), além de membros do Congresso e do PT.
Segundo interlocutores, uma das queixas do presidente acerca da área é justamente a falta de disputa política na relação com o Congresso Nacional. Nas conversas sobre a sucessão na pasta, Lula disse que devia a Gleisi a oportunidade para mostrar sua capacidade de articulação.
Ainda conforme relatos ouvidos pela Folha, André Ceciliano, hoje secretário especial de assuntos federativos da SRI, deve assumir a relação com o Parlamento, enquanto o diplomata Marcelo Costa, deverá ficar com a chefia do gabinete de Gleisi.
O presidente teria dito que a opção por ela no ministério seria um reconhecimento ao seu trabalho no comando do PT, onde está desde 2017. Com sua saída da sigla, o nome de Edinho Silva é o favorito para suceder Gleisi, apesar de resistências dentro do partido, conforme mostrou a Folha.
Edinho também esteve presente na cerimônia de posse da petista no Planalto.
Agora com Gleisi, o governo Lula conta com 10 mulheres, em meio às 38 pastas existentes.