Da Redação

O escândalo envolvendo a fraude no vestibular de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), revelado em 2015, teve novos desdobramentos recentemente. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu pela absolvição de uma das acusadas, devido à falta de provas que comprovassem seu envolvimento no esquema. Além disso, a justiça determinou a extinção da punibilidade de três réus em decorrência da prescrição dos crimes, enquanto manteve a condenação de outros seis envolvidos.

A decisão de absolvição foi tomada pela 4ª Turma do TRF-1, que concluiu que as provas apresentadas não eram suficientes para atestar a materialidade e autoria dos crimes de fraude em certame público e associação criminosa. Em primeira instância, a estudante havia sido condenada a um ano e seis meses de prisão. No entanto, o relator do caso, desembargador federal Marcos Augusto de Sousa, enfatizou que a acusação falhou em demonstrar claramente o seu envolvimento no esquema criminoso.

A defesa da estudante, liderada pelo advogado Gilles Gomes, baseou-se na ausência de provas concretas e na fragilidade dos depoimentos prestados em delação premiada, que mencionavam seu nome sem apresentar evidências sólidas. A acusada negou qualquer participação e afirmou que os depoentes eram colegas de curso, sem saber explicar os motivos pelos quais foi implicada no caso.

Como funcionava o esquema de fraude

As investigações apontaram que a fraude no vestibular de Medicina da PUC-GO consistia na contratação de “pilotos”, que realizavam as provas no lugar dos verdadeiros candidatos. Após a aplicação do exame, os gabaritos eram repassados aos beneficiários por meio de dispositivos eletrônicos. Os envolvidos no esquema cobravam valores que poderiam chegar a R$ 80 mil pelo serviço, e a rede criminosa se estendia para outros estados e o Distrito Federal.

Diante da gravidade do caso, a PUC-GO tomou medidas rigorosas para apurar os fatos e reforçar a segurança em seus processos seletivos. Além das penalidades aplicadas pela justiça, a universidade expulsou alunos que participaram da fraude, visando preservar a credibilidade de seu vestibular.

Mesmo com a absolvição de uma acusada e a prescrição de algumas penas, o caso continua a levantar questionamentos sobre a segurança dos processos seletivos em instituições de ensino superior e os impactos de esquemas fraudulentos na educação brasileira.