Da Redação

A economia chinesa registrou uma queda expressiva nos preços ao consumidor em fevereiro, marcando o declínio mais acentuado em 13 meses. A retração foi impulsionada pela demanda sazonal reduzida e pela cautela das famílias diante das incertezas econômicas. Os dados, divulgados neste domingo (9) pelo Dow Jones Newswires, refletem um ambiente de desaquecimento econômico na segunda maior economia do mundo.

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) caiu 0,7% em relação a fevereiro do ano passado, superando a expectativa de queda de 0,5% projetada pelo mercado chinês. O segmento de alimentos registrou uma deflação de 3,3%, enquanto os preços de bens não alimentícios sofreram leve recuo de 0,1%.

O Índice de Preços ao Produtor (PPI), que mede a variação nos custos para os fabricantes, também apresentou uma queda significativa de 2,2% na comparação anual, superando a expectativa de recuo de 2,1%. No acumulado do primeiro bimestre de 2025, a retração do PPI manteve-se em 2,2%.

Diante desse cenário, o governo chinês anunciou novos esforços para estimular o consumo e minimizar os impactos da guerra comercial com os Estados Unidos. A partir de 10 de março, a China aplicará tarifas retaliatórias de 15% sobre importações de carne de frango, trigo, milho e algodão norte-americanos, além de uma taxa extra de 10% sobre soja, sorgo, carne suína e bovina, entre outros produtos agropecuários.

Especialistas apontam que as medidas podem impulsionar a demanda interna chinesa, favorecendo exportadores de países como o Brasil. No entanto, a maior procura por commodities brasileiras pode pressionar os preços locais de itens como soja, algodão e carnes bovina e de frango, tornando-os mais caros para o mercado doméstico.