SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na sexta-feira contra a migração ilegal de brasileiros para outros países. A Operação Muralha II ocorreu em Minas Gerais.
Ação da polícia visava desarticular esquema criminoso. Segundo a corporação, o grupo promovia migração ilegal e associação criminosa para levar brasileiros a outros países de forma irregular.
Operação foi realizado no município de Iapu, em Minas Gerais. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência dos envolvidos em busca de elementos de prova que confirmem os indícios.
Carros eram usados como pagamento. Segundo a PF, o grupo criminoso recebia os pagamentos pelas viagens ilegais por meio da transferência de veículos e propriedades para terceiros.
Vítimas eram ameaçadas. As ofensas ocorriam principalmente quando o objetivo da viagem não era concretizado e, mesmo assim, as pessoas eram forçadas a pagar os valores cobrados.
Penas podem superar oito anos de prisão. Os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal e associação criminosa.
PF JÁ INVESTIGOU FAMÍLIA EM MG
No fim de fevereiro, uma família de Governador Valadares foi alvo de operação. Ela teria supostamente organizado a imigração ilegal de 669 pessoas aos EUA. Não está claro se a ação desta semana tem relação com o caso passado.
Na ocasião foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão. Onze deles em Governador Valadares, dois no Espírito Santo e um no DF. Os policiais apreenderam passaportes, confiscaram bens que, somados, podem chegar a R$ 43 milhões e bloquearam contas bancárias. Nas fotos divulgadas pela PF também é possível ver que os agentes apreenderam duas armas e pacotes de munição.
As pessoas eram enviadas aos EUA por meio do México. A investigação aponta que o grupo contava com núcleos especializados para manutenção do esquema criminoso.
O grupo seria dividido nos seguintes núcleos: captação de imigrantes, compra de passagens aéreas, reservas de hotéis, falsificação de documentos públicos e criação de contas bancárias em nome de terceiros para o recebimento de valores. Mais de 1.500 pessoas, entre maiores e menores de idade, são apontadas pela PF como vítimas da organização.
Os envolvidos no grupo podem responder pelos seguintes crimes: participação em organização criminosa, promoção de migração ilegal, envio irregular de crianças ou adolescentes para o exterior, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsificados.