BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A autoridade eleitoral central da Romênia impediu, neste domingo (9), que o candidato de ultradireita pró-Rússia, Calin Georgescu, se candidate para disputar a eleição presidencial marcada para maio.
A rejeição de sua candidatura, considerada antidemocrática pelos líderes de partidos de ultradireita, pode ser contestada no Tribunal Constitucional.
De acordo com o jornal Financial Times, pesquisas recentes apontavam Georgescu como líder na disputa, e em algumas delas ele aparecia com mais de 40% das intenções de votos.
Após a decisão, dezenas de apoiadores de Georgescu se reuniram em frente ao escritório eleitoral, gritando “liberdade”, e tentaram brevemente forçar a passagem pelo cordão de segurança.
Georgescu submeteu sua candidatura para o novo pleito de maio na sexta-feira (7), em meio a dúvidas sobre sua permissão para concorrer.
A mais alta corte da Romênia anulou a última eleição dois dias antes do segundo turno, em dezembro, citando indícios de interferência russa em favor de Georgescu, o que Moscou nega.
Membros da Casa Branca chamaram a eleição cancelada na Romênia de exemplo de governos europeus suprimindo a liberdade de expressão e opositores políticos.
O bilionário da tecnologia e conselheiro de Donald Trump, Elon Musk, chamou a decisão da autoridade eleitoral de loucura, em sua plataforma de mídia social X.
Georgescu está sob investigação criminal por seis acusações, incluindo filiação a uma organização fascista e disseminação de informações falsas sobre o financiamento de campanha. Ele nega.
O presidente da Romênia tem uma função semiexecutiva que inclui o comando das Forças Armadas e a presidência do conselho que decide sobre ajuda militar e gastos com defesa. Também representa o país nas cúpulas da UE e da Otan, e nomeia juízes, promotores e chefes do serviço secreto. O chefe de governo é o primeiro-ministro, Marcel Ciolacu, do Partido Social-Democrata, que ocupa o cargo desde 2023.