SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um apagão massivo no Chile deixou 14 das 16 regiões do país no escuro nesta terça-feira (25), incluindo a capital, Santiago, onde moradores foram retirados do metrô paralisado pela queda de energia elétrica.
Apenas as regiões (equivalentes aos estados brasileiros) de Aysén e Magalhães e Antártica Chilena, no extremo sul do país, não foram afetadas.
O blecaute ocorreu às 15h16 locais (mesmo horário de Brasília), de acordo com o Coordenador Elétrico, órgão responsável pela operação e supervisão do sistema elétrico chileno.
Minutos depois, o Metrô de Santiago informou que o serviço estava suspenso devido ao corte de energia. “Estamos retirando as pessoas das estações como medida de precaução. Nossa equipe está posicionada no local para garantir a segurança de todos”, disse o órgão de transportes no X. O metrô da capital transporta cerca de 2,3 milhões de pessoas diariamente.
O caos instaurado pelo blecaute e a paralisação de serviços atrapalha a volta para casa de chilenos. “Nos deixaram sair do trabalho por causa do corte de luz, mas agora não sei como voltar para casa porque todos os ônibus passam lotados”, afirmou à AFP María Angélica Román, 45.
Não havia informações sobre o número de chilenos afetados.
Segundo o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred), há milhares de clientes afetados de Arica, no norte, a Los Lagos, no sul.
De acordo com o Senapred, citando ministérios, o aeroporto internacional da capital segue em funcionamento, assim como instalações do sistema prisional e o sistema de saúde, ambos ativos via geradores. Um adicional de frota de ônibus foi colocado nas ruas, e a polícia auxilia no tráfego.
O serviço nacional afirma ainda que não houve nenhuma situação de emergência imediata relatada como resultado da falta de energia, de acordo com relatório preliminar.
Em Valparaíso, a 120 km de Santiago, testemunhas relataram comércios fechando em razão do apagão. “Há carabineiros [polícia] controlando o trânsito porque há muito congestionamento em ruas que costumam ser pouco movimentadas. Todos os estabelecimentos comerciais estão fechando”, relatou a estudante Anadriel Hernández, 20.
Enquanto isso, o canal Chilevisión reproduziu um vídeo de redes sociais em que se vê pessoas presas em uma atração a vários metros de altura no parque de diversões Fantasilandia.
Após o início do apagão, o governo de Gabriel Boric convocou um comitê de emergência em nível nacional para lidar com o blecaute.
O governo descarta a possibilidade de um ataque contra a rede de distribuição. “Não há nenhuma razão para supor que por trás disso há um ataque. Seria uma falha própria do funcionamento do sistema”, disse a ministra do Interior, Carolina Tohá, em entrevista coletiva, acrescentando que o governo espera a normalização do sistema em algumas horas.
O Coordenador Elétrico afirmou em nota que ocorreu uma interrupção no fornecimento de energia elétrica no sistema de transmissão, “o que infelizmente também afeta os clientes da Enel Distribuição Chile S.A”. A empresa diz que aguarda instruções do órgão para normalizar o funcionamento do sistema elétrico. A causa da falha está sendo investigada.
Em agosto do ano passado, 60 mil chilenos ficaram mais de uma semana no escuro na região metropolitana de Santiago. Além de no Brasil, a Enel atua em ao menos outros sete países da América Latina.