Walison Veríssimo
Nos últimos anos, o uso de medicamentos para controle do diabetes tipo 2 e da obesidade tem se popularizado. Três opções se destacam nesse contexto: Ozempic, Wegovy e Mounjaro. Embora compartilhem alguns efeitos benéficos, como a regulação da glicemia e a perda de peso, eles possuem diferenças importantes.
Principais diferenças entre os medicamentos
Segundo o nutrólogo Arthur Rocha, Ozempic e Wegovy possuem a mesma substância ativa: a semaglutida. A distinção entre eles está na dosagem, sendo que o Wegovy permite doses mais altas, o que potencializa seus efeitos no controle do peso. Ambos atuam no receptor GLP-1 do intestino, promovendo a saciedade e auxiliando na redução do apetite.
O Mounjaro, por outro lado, possui como substância ativa a tirzepatida, que se diferencia por agir em dois receptores intestinais, e não apenas um. Isso o torna mais potente e eficaz, sendo geralmente indicado para pacientes com obesidade diagnosticada ou diabetes tipo 2 que necessitam de um efeito mais pronunciado.
Possíveis efeitos colaterais
Apesar dos benefícios, o uso desses medicamentos pode causar alguns efeitos colaterais, especialmente no início do tratamento. Os sintomas mais comuns incluem:
- Enjoo
- Desconforto intestinal
- Sensação de fraqueza
- Dor de cabeça
- Mal-estar
Para minimizar esses incômodos, o Dr. Arthur Rocha recomenda algumas práticas, como evitar refeições volumosas, reduzir o consumo de alimentos gordurosos, manter-se hidratado e moderar a ingestão de cafeína e álcool.
Uso prolongado e sua eficácia
Uma dúvida comum entre os pacientes é se o uso prolongado desses medicamentos pode levar à perda de eficácia. O especialista explica que, com o tempo, a perda de peso desacelera, mas isso não significa que o medicamento tenha deixado de funcionar. “O corpo responde de maneira diferente ao longo do tratamento, e manter hábitos saudáveis é essencial para sustentar os resultados”, pontua.
Ele também alerta para o risco do reganho de peso caso o paciente não adote uma rotina equilibrada. “Esses medicamentos auxiliam no controle da obesidade, mas não substituem uma alimentação balanceada e a prática de exercícios”, ressalta.
Custos e contraindicações
Entre as três opções, o Mounjaro se destaca pela maior eficácia e menor incidência de efeitos adversos, mas também pelo alto custo. Para quem busca uma alternativa mais acessível, Ozempic e Wegovy podem ser opções viáveis.
Em relação às contraindicações, esses medicamentos não são recomendados para pessoas com histórico de câncer medular de tireoide, pancreatite aguda ou doenças hepáticas e renais graves. Gestantes e lactantes também devem evitar o uso.
Importância da mudança de hábitos
O Dr. Arthur Rocha reforça que, embora eficazes, esses medicamentos funcionam melhor quando associados a um estilo de vida saudável. “Eles ajudam a reduzir a fome, mas não queimam calorias diretamente. Se a pessoa não mantiver uma dieta equilibrada, o peso pode voltar”, alerta.
A prática de atividades físicas também é essencial, principalmente a musculação, para evitar a perda de massa magra e manter o metabolismo ativo.
Considerações finais
Ozempic, Wegovy e Mounjaro são opções eficazes para auxiliar no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. No entanto, seu uso deve ser acompanhado por um profissional de saúde e sempre associado a hábitos saudáveis para garantir um emagrecimento sustentável e seguro.
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