Da Redação

O governo Lula já tem uma carta na manga caso Donald Trump siga em frente com a proposta de aumentar as tarifas sobre o aço e o alumínio importados para os Estados Unidos em até 25%. Se a medida for oficializada, o Brasil poderá reagir impondo tributos às plataformas digitais norte-americanas, como Google, Amazon, Instagram, Facebook e Spotify.

A ideia, que já circula nos bastidores de Brasília há meses, ganhou força com os recentes movimentos protecionistas do ex-presidente americano, que ameaça endurecer as regras do comércio global em uma nova ofensiva tarifária. A taxação de serviços digitais, aliás, não seria uma novidade no cenário internacional: países como o Canadá já adotaram medidas semelhantes, estabelecendo um imposto de 3% sobre a receita gerada por grandes empresas de tecnologia em seu território.

Fontes do governo brasileiro argumentam que essa retaliação teria um impacto mais estratégico, evitando onerar a indústria nacional com impostos sobre insumos essenciais vindos dos EUA, o que poderia gerar efeito cascata nos preços e pressionar a inflação.

A Casa Branca deve formalizar a decisão sobre o aço nesta segunda-feira (10), mas o Planalto mantém cautela antes de anunciar qualquer contra-ataque. Isso porque Trump tem um histórico de recuos em suas declarações e decisões, o que pode fazer com que a tensão comercial esfrie antes de se transformar em uma nova disputa econômica.

O Brasil é um dos principais exportadores de aço para os EUA, com cerca de 48% da produção voltada ao mercado americano, movimentando aproximadamente 5,7 bilhões de dólares por ano. Se as novas tarifas forem confirmadas, o governo brasileiro pode agir rapidamente para equilibrar o jogo.

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