O ex-presidente dos Estados Unidos e pré-candidato republicano Donald Trump anunciou, neste domingo (9), a imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A medida, que impactará diretamente o Brasil e outros grandes exportadores desses materiais, faz parte de uma nova estratégia comercial voltada para fortalecer a indústria americana.

Com essa decisão, o Brasil, um dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos, será um dos países mais prejudicados. Em 2024, os produtos siderúrgicos representaram cerca de 14% das exportações brasileiras para o mercado americano. O setor aeronáutico, que também depende do alumínio, pode sofrer impactos adicionais.

Trump argumentou que a decisão busca equilibrar as tarifas internacionais e proteger a produção local. “Não faz sentido permitirmos que outros países vendam aço barato enquanto prejudicam nossos trabalhadores”, declarou durante uma entrevista a bordo do avião presidencial.

A medida lembra uma política semelhante adotada por Trump em 2018, quando ele impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, mas posteriormente concedeu isenções a alguns países, incluindo o Brasil. Agora, o tom mais agressivo de sua política comercial pode dificultar futuras negociações.

O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia sinalizado que, caso os produtos brasileiros fossem taxados, o país poderia adotar medidas de reciprocidade. A expectativa é que o Itamaraty busque negociações para minimizar os prejuízos ao setor siderúrgico nacional.

Enquanto isso, analistas alertam para os possíveis impactos econômicos da medida, incluindo o aumento dos custos para empresas americanas que dependem desses insumos e a possibilidade de retaliações comerciais. O cenário reforça a tensão no comércio global e pode influenciar as eleições presidenciais dos EUA, nas quais Trump tenta voltar ao poder com uma postura protecionista.