BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após quatro anos no comando da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) não registrou presença na sessão de votação desta quarta-feira (4), a primeira do ano, e também não foi ao seu novo supergabinete, localizado próximo ao plenário e à entrada principal do Congresso.
O líder do centrão, que é cotado para ingressar no ministério de Lula (PT), ainda mantém o antigo gabinete dos tempos de deputado comum, que nesta quarta permanecia trancado.
O seu novo local de trabalho foi construído sob suas ordens onde antes funcionava a liderança do governo no Congresso.
Ele fIca ao lado do de outros ex-presidentes da Câmara, como Aécio Neves (PSDB-MG) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), é muito maior do que os da maioria dos outros deputados. Tem acesso por elevador ao plenário da Casa, com uma distância de cerca de um minuto de caminhada.
A reportagem esteve no supergabinete de Lira nesta quarta. Alguns dos funcionários do agora ex-presidente da Câmara já trabalham lá, mas o chefe ainda não está usando o local.
A reportagem procurou a assessoria de Lira nesta quarta, mas não houve manifestação.
O ato da mesa 88/2006 dá prioridade de escolha de gabinetes a ex-presidentes que ainda exerçam o mandato, sendo que a tradição estabelece que serão locais amplos, compostos de várias salas e outras comodidades, sendo a principal a localização: no edifício principal, a poucos metros do plenário.
Nos quatro anos em que comandou a Câmara, o líder do centrão usou o amplo gabinete da presidência, que ele próprio mandou construir em sua gestão, ao custo de cerca de R$ 1 milhão. No local, funcionava o Comitê de Imprensa da Casa onde trabalham repórteres que fazem a cobertura jornalística da Câmara.
Agora, o inquilino até janeiro de 2027 será Hugo Motta (Republicanos-PB).
O gabinete que Lira usava como deputado comum fica no nono andar do Anexo 4 da Câmara, um prédio amarelo localizado fora do edifício principal do Congresso e ligado a ele por meio de uma passagem subterrânea. Ele fica a cerca de 9 minutos de caminhada do plenário é preciso pegar elevador e percorrer um caminho que inclui duas esteiras e uma escada rolantes.
A Câmara disse que o gabinete antigo do ex-presidente da Câmara “está em fase de desocupação” e que “ainda não há definição de quem irá ocupá-lo nem quando será redistribuído”.
Lira já não o usava cotidianamente havia mais de quatro anos. Antes da presidência da Câmara, ele despachava no gabinete da Liderança do PP, que também é bem maior e bem mais próximo ao plenário.