ORLÉANS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Fãs que esperavam poder conferir o desempenho de João Fonseca, revelação do tênis brasileiro, na Copa Davis ficaram frustrados neste fim de semana. Os jogos foram transmitidos no país pelo pouco conhecido canal DSports, disponível no Brasil na plataforma de streaming Sky+.
Nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, torcedores buscavam informações sobre onde seria exibido o confronto contra a França, disputado em Orléans.
Alguns expressaram dificuldade em assinar o canal para assistir aos jogos. Muitos procuravam links piratas na internet. “Já começou a humilhação de achar um link, porque a Sky+ continua com erro”, disse uma integrante de um grupo de torcedores no WhatsApp.
A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) teve que emitir nota oficial para explicar que não tinha culpa pela dificuldade de acesso no Brasil. “Os direitos de transmissão da Copa Davis são exclusivos da Federação Internacional de Tênis (ITF)”, dizia a nota. “Estes direitos foram comercializados pela ITF junto à agência EnjoyTV, que por sua vez comercializou com a DSports para toda a América Latina”, prosseguia o texto.
Na semana passada, a DSports anunciou ter renovado contrato com a ITF até o ano que vem. “Temos o orgulho de ter o direito das transmissões exclusivas pelos próximos dois anos”, disse na ocasião o diretor de conteúdo regional do canal, o argentino Hernán Bidegain.
Rafael Westrupp, presidente da CBT, explicou à Folha que a CBT só teria direito de mostrar (em seu canal no YouTube) ou ceder os direitos dos jogos caso tivessem ocorrido no Brasil.
Para escolher o país-sede, a ITF verifica quem abrigou o confronto anterior. No caso, Brasil e França tinham se enfrentado pela última vez em Florianópolis, no ano 2000; por isso, desta vez o mandante é a França. Não havendo histórico, sorteia-se a sede.
Westrupp disse que a CBT vai cobrar da ITF os números de audiência do DSports no Brasil.
“A gente tem a plena convicção de que é um número muito baixo, porque simplesmente a comunidade inteira do tênis do Brasil, e pessoas que não são do tênis, estão em contato com a Confederação questionando. A grande maioria não tem acesso. Não é só uma questão financeira, a Federação Internacional deveria olhar também a abrangência que um canal deve oferecer”, queixou-se.
A Folha entrou em contato com funcionários do DSports no Brasil, mas não havia obtido resposta oficial do canal até a manhã de domingo (2).