SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em mais um episódio de violência na Cisjordânia, alvo de ataques na última semana, Israel matou cinco pessoas, incluindo um adolescente de 16 anos, durante bombardeios em Jenin, afirmou o Ministério da Saúde palestino na noite deste sábado (1º).

O Exército começou a invadir a cidade no dia 21 de janeiro, dois dias após entrar em vigor o esperado cessar-fogo na Faixa de Gaza, outro território palestino ocupado por Tel Aviv e palco de uma guerra de 15 meses.

Desde então, pelo menos 18 palestinos, incluindo seis membros de grupos armados e uma menina de dois anos, foram mortos em Jenin e em localidades próximas, de acordo com autoridades palestinas. Já Tel Aviv diz ter matado 18 homens armados e prendido 60 suspeitos, desmantelando mais de cem dispositivos explosivos.

A violência na Cisjordânia já havia aumentado antes mesmo da mais recente operação israelense.

Nesse território, forças militares e colonos mataram pelo menos 881 palestinos, incluindo membros de grupos armados, desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde palestino. Do lado israelense, morreram pelo menos 30 pessoas, incluindo vários soldados, de acordo com números oficiais de Tel Aviv.

Questionado sobre a morte do adolescente, o Exército israelense disse que a força aérea havia atingido “terroristas armados”. Posteriormente, os palestinos registraram a morte de mais quatros pessoas, e Tel Aviv disse ter atacado um veículo “com terroristas dentro” na área de Qabatiya, em Jenin.

A operação nessa localidade, chamada de “Muro de Ferro” e, segundo Israel, destinada a expulsar grupos armados palestinos, cortou a água de parte da população e demoliu dezenas de casas, expulsando milhares de pessoas –autoridades palestinas dizem que pelo menos 80% dos habitantes do campo de refugiados foram forçados a deixar suas casas.

O Exército ainda bloqueou as saídas do campo de refugiados vizinho de Faraa, a sudeste de Jenin, onde ocorrem buscas em residências, segundo um jornalista da agência de notícias AFP que viu diversos drones sobrevoando a área.

Autoridades israelenses afirmam repetidamente que um dos principais inimigos do país, o Irã, contrabandeia armas para combatentes na Cisjordânia e que o Exército está agindo contra o “eixo iraniano”, embora não tenham divulgado recentemente nenhuma evidência para apoiar essas alegações.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse na quarta (29) que o exército permanecerá em Jenin até que a operação militar esteja completa, sem dizer quando isso acontecerá.