SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O delegado de classe especial João Batista Palma Beolchi é o novo corregedor da Polícia Civil de São Paulo. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado na quinta-feira (30).
Ele assume o cargo no lugar de Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, que pediu afastamento do cargo em dezembro do ano passado, após sobrinho ser investigado por suposto envolvimento com o grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), Beolchi tem 27 anos de carreira, atuou por 17 anos na Controladoria Geral do Estado como corregedor e coordenador do setor de inteligência e combate à corrupção, e também na Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
Além disso, Beolchi trabalhou em delegacias das zonas sul e oeste e na Divisão de Crimes de Trânsito do Detran. O novo corregedor também é professor universitário, autor de livros e soma seis condecorações.
Rosemeire Monteiro de Francisco Ibañez é tia do investigador Eduardo Monteiro, um dos alvos de operação que prendeu policiais acusados de extorsão pelo empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38, em dezembro.
O empresário ficou conhecido como delator do PCC e foi morto a tiros no desembarque do aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024.
Monteiro integrou a equipe do delegado Fábio Baena no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa), também preso na operação. Ele é acusado por Gritzbach de irregularidades durante as investigações sobre a morte de dois homens ligados ao crime organizado. Sua defesa disse que a prisão é arbitrária.
O delegado Baena é acusado pelo delator de extorsão e roubo durante o inquérito sobre o homicídio de Anselmo Becheli Santa, o Cara Preta, e de seu motorista, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, ligados ao crime organizado na zona leste de São Paulo. Já Gritzbach foi acusado de ser mandante das mortes e chegou a ser preso preventivamente.
Segundo ele, durante as investigações, o delegado Baena e o investigador Monteiro, além de outros dois investigadores do DHPP, se apropriaram de um sítio no interior de São Paulo que Gritzbach tinha comprado mas não havia transferido a posse.
De acordo com as investigações, Monteiro usava seu parentesco com a chefe da Corregedoria como trunfo contra as acusações.