SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desde dezembro, os estados das regiões Sudeste e Sul passaram a fazer parte do sistema nacional de alertas de desastres naturais por meio da tecnologia cell broadcast. Essa padronização foi realizada para tornar mais ativa a comunicação da população quando houver risco iminente de desastres.

Diferentemente de alertas por mensagem de texto -que enviam um SMS-, o que usa a tecnologia cell broadcast interrompe outras funções dos aparelhos -como reprodução de vídeos e uso de apps- e dispara um alarme sonoro e um vibratório para que chame a atenção do usuário, travando a tela do aparelho.

Todo celular de determinada região conectado a uma antena de telefonia e recebendo sinal 4G ou 5G vai receber mensagens de alerta. A previsão é que sejam acionados aparelhos que estejam em área de risco independentemente de o usuário ter cadastrado seu número para receber alertas. Isso foi feito pela primeira vez na capital paulista em 24 de janeiro de 2025.

QUAIS SÃO OS DOIS TIPOS DE ALERTA?

– Alerta Extremo – é o nível máximo de alerta, caracterizado por ameaças extremas à vida ou à propriedade. Neste caso, a mensagem acionará a vibração do aparelho e um sinal sonoro, semelhante a uma sirene, ainda que o celular esteja no modo silencioso, o que vai permitir maior eficiência do alerta nas situações de risco. A tela congelará com a mensagem e ela só desaparecerá se o usuário a fechar.

– Alerta Severo – indica a necessidade de medidas de proteção. Neste caso, o sinal sonoro será um “beep” similar ao do SMS e não irá soar no modo silencioso. A tela também congelará e a mensagem só desaparecerá se o usuário a fechar.

O QUE FAZER QUANDO RECEBO UM ALERTA SEVERO OU EXTREMO?

Quando a Defesa Civil envia o alerta, seja severo ou extremo, a própria mensagem já esclarecerá qual é o risco iminente e qual ação precisa ser tomada pelo morador. Em caso de chuva, normalmente é avisado para o cidadão evitar áreas de alagamentos. Em risco iminente de deslizamento de terra, o texto pode pedir para ele deixar a casa e se dirigir para outro local seguro. A ferramenta deve informar sobre locais para evacuação e pontos seguros.

ENTENDA COMO O SISTEMA CHEGA À POPULAÇÃO

1. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Defesa Civil monitora o clima e faz a previsão do desastre iminente;

2. Os órgãos de proteção e defesa civil dos estados e municípios cadastram o desastre na Idap (Interface de Divulgação de Alerta Públicos);

3. O alerta é disparado pelo sistema cell broadcast;

4. As torres transmitem o Defesa Civil Alerta;

5. A população recebe o alerta com aviso sonoro em seus aparelhos celulares.

CARACTERÍSTICA DA TECNOLOGIA CELL BROADCAST

– Não depende de cadastro prévio da população da região afetada;

– O alcance é instantâneo dos celulares das pessoas que estiverem, naquele momento, sob alcance das antenas de telefonia 4G ou 5G da região em risco (geolocalização);

– O alarme terá um aviso sonoro e uma vibração mesmo quando o aparelho estiver em modo silencioso;

– A mensagem enviada aparecerá na tela do celular como um pop up, independentemente do conteúdo que estiver em uso, e que será interrompido;

– O pop-up só desaparecerá se o usuário o fechar. Caso contrário, continuará com o aviso sonoro e a vibração.

QUAL O CONTEÚDO DOS ALERTAS E QUEM OS DEFINE?

Os alertas avisam sobre a iminência de desastres naturais ou causados pelo homem, estabelecidos na Cobrade (Classificação e Codificação Brasileira de Desastres), e o que a pessoa deve fazer naquele momento. O conteúdo desses alertas é de responsabilidade dos órgãos de Defesa Civil do estado ou do município.

COMO SURGIRAM ESSES ALERTAS?

Os avisos usados pela Defesa Civil fazem parte de um sistema nacional de alertas, estabelecidos em lei, que dispõe sobre as transferências de recursos da União aos órgãos e entidades dos estados, Distrito Federal e municípios para a execução de ações de prevenção em áreas de risco de desastres, além de resposta e de recuperação de áreas atingidas por desastres e sobre o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil.

Em outubro de 2022, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) determinou às operadoras de telefonia móvel uma evolução do sistema de notificações de desastres, por meio da tecnologia cell broadcast. A nova funcionalidade foi denominada Defesa Civil Alerta e complementa as já existentes ferramentas utilizadas para o envio de alertas (SMS, TV por Assinatura, WhatsApp, Telegram e Google Public Alerts).

A tecnologia cell broadcast foi disponibilizada para todos os municípios das regiões Sul e Sudeste no final de 2024. A nacionalização do projeto está prevista até o fim deste ano.