RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Kerolay Chaves, 23, realizou um sonho no ano passado: estreou no Carnaval de São Paulo como musa da Barroca Zona Sul. No entanto, em 2025, ela decidiu não voltar ao Sambódromo do Anhembi e optou por curtir o Carnaval com amigos, longe da folia.

“Preciso cuidar da minha saúde mental. Vinha me preparando, treinando e fazendo aulas de samba, mas sofri muitas críticas. É desesperador. A pressão por um corpo perfeito e pelo samba no pé são cruéis nesse meio”, disse à Folha de S.Paulo.

Mineira de Belo Horizonte, Kerolay afirma que a sensação de desfilar em uma escola de samba é indescritível, mas nem tudo são flores. “Fui ficando desanimada à medida que percebia os olhares e lia comentários: ‘ela não sabe sambar’, ‘ela é gorda para ser musa’ e por aí vai… É difícil”, desabafa. “É muita cobrança. A gente se olha no espelho e, em vez de sentir orgulho da própria trajetória, começa a se cobrar ainda mais.”

Influenciadora com mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais (incluindo Instagram, TikTok, OnlyFans e Privacy), ela contou que estava disposta a investir alto na fantasia de musa. “Gastei cerca de R$ 50 mil com o figurino no ano passado e tinha separado mais ou menos essa mesma quantia para este ano. Mas nem cheguei a ver o croqui. Comuniquei minha decisão aos diretores da escola, e eles foram compreensivos.”

Ela faz uma crítica relacionada ao que passou. “O Carnaval é uma festa popular e não há espaço para preconceito. É muito feio e contraditório uma musa ou qualquer componente de uma escola ser julgado pelo corpo que tem”, avalia.