O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro que o Brasil não aceitará medidas comerciais unilaterais vindas dos Estados Unidos. Em resposta às declarações do presidente norte-americano Donald Trump sobre possíveis sobretaxas a produtos brasileiros, Lula afirmou que o país responderá na mesma moeda, impondo tarifas similares às importações dos EUA.

“Se ele decidir taxar nossos produtos, nós também vamos taxar os dele. Simples assim”, declarou Lula em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. A fala sinaliza uma postura assertiva do governo brasileiro diante do protecionismo defendido por Trump, que busca fortalecer a indústria americana com barreiras comerciais.

Desde sua posse, Trump tem reforçado uma linha nacionalista na economia, priorizando interesses internos e reduzindo a dependência de importações. Embora o Brasil tenha reconhecido formalmente sua vitória, Lula optou por não parabenizá-lo pessoalmente. “Não vejo necessidade de um telefonema. Enviei uma carta oficial, e isso basta”, disse o presidente brasileiro.

As divergências entre os dois líderes vão além do comércio. Enquanto Lula aposta no multilateralismo e no fortalecimento de acordos globais, Trump mantém uma postura cética em relação a organismos internacionais como a ONU e o Acordo de Paris. Em tom irônico, Lula comentou: “Se ele aparecer em uma reunião do G7, podemos conversar. Se não, talvez na ONU – isso se ele não desistir da ONU também”.

Diante da possibilidade de novas tensões comerciais, o governo brasileiro já avalia estratégias para proteger setores estratégicos da economia. “Cada país governa para sua população, mas é preciso respeitar a soberania dos outros. O Brasil não será tratado como coadjuvante”, reforçou Lula.

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