SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Defesa Civil estadual emitiu por volta das 22h20 desta quarta-feira (29) um alerta de nível extremo para o município do Guarujá, no litoral paulista.
A decisão foi tomada levando em consideração o volume de 112 mm de chuva registrado nas últimas 24h na cidade. A prefeitura também acionou a sirene de emergência instalada na Barreira do João Guarda.
Segundo a Defesa Civil, a medida preventiva é adotava para proteger a população caso haja algum deslizamento de terra. Em 2020, a cidade sofreu com um grave deslizamento que deixou mortos e pessoas feridas.
Por volta das 19h42, a Defesa Civil já havia enviado, para os municípios de Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá, o alerta de nível severo.
Após acionar a sirene, a prefeitura preparou a Escola Municipal Sérgio Pereira para acolher as famílias no abrigo emergencial.
O alerta de categoria extrema foi enviado para todas as pessoas que possuam um aparelho celular com tecnologia 4G ou 5G. Nesta opção o usuário não tem como desabilitar o recebimento do alerta.
O nível extremo é o máximo de alerta, caracterizado por ameaças extremas à vida ou à propriedade. Já o severo indica a necessidade de medidas de proteção. No caso do alerta extremo a mensagem acionará um sinal sonoro no celular, semelhante a uma sirene, ainda que o aparelho esteja no modo silencioso. No caso do alerta severo, o sinal sonoro será um “beep” similar ao do SMS e não irá soar no modo silencioso.
O primeiro alerta severo foi enviado por volta das 13h desta quarta para os moradores da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, devido ao grande volume de precipitação esperado, como ocorreu pela primeira vez na capital na última sexta-feira (24). O órgão informou que em seis horas choveu 38 mm em Guarulhos.
Pouco tempo depois, foi a vez de São Sebastião, no litoral norte. Segundo a Defesa Civil, em 12 horas choveu 86 mm na cidade. A previsão é de tempestades e acumulados de chuva de até 210 mm até domingo (2), com potencial para temporais acompanhados de raios, ventos fortes e granizo em todo o litoral norte.
E no início da noite, o alerta severo foi enviado para Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande. Muitas ruas dessas cidades ficaram alagadas, bloqueando o tráfego de veículos.
A Defesa Civil informa que não houve ocorrências graves nesses locais. No entanto, a chuva continua estacionada com moderada intensidade na região da Baixada Santista, e áreas com forte intensidade sobre o oceano devem se deslocar para o continente nas próximas horas.
Já a cidade de São Paulo ficou em estado de atenção para alagamentos das 11h às 15h18 desta quarta, após todos os bairros entrarem na classificação do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura devido às fortes chuvas.
Ao longo da tarde e início da noite, havia previsão de mais chuva forte, vinda do interior. O radar meteorológico do CGE apontou que a zona norte foi a parte da cidade mais afetada nesta quarta, principalmente nos distritos de Casa Verde, Freguesia do Ó e Santana. No centro, a chuva foi moderada.
Durante alguns minutos, o CGE também emitiu alertas para transbordamentos do córrego Três Pontes, em Itaim Paulista, na zona leste; e do córrego Mandaqui, na zona norte. Cerca de 25 minutos depois, as águas voltaram a baixar nesses locais.
Das 7h às 20h, o Corpo de Bombeiros computou 61 chamados para quedas de árvores, 22 para inundações e 1 para desabamento na capital.
Às 17h, a Enel São Paulo informava que 23,1 mil imóveis estavam sem energia na sua área de concessão, que contém 24 municípios. Na capital, eram 16,6 mil. Nas horas seguintes, os números se mantiveram semelhantes. Às 20h30, eram 27,4 mil residências às escuras na área de concessão, sendo 22,9 mil na capital.
Com a previsão de mais dias chuvosos, a Defesa Civil prorrogou o funcionamento do gabinete de crise até domingo (2). O grupo de trabalho foi criado para atuar em emergências relacionadas às chuvas e, inicialmente, ficaria ativado na segunda (27) e nesta terça (28).
Com previsão de temporais para os próximos dias, o órgão também mantém alerta para alagamentos, enchentes e deslizamentos em diversas regiões de São Paulo. Segundo a Defesa Civil, a aproximação de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul, nesta quarta-feira, eleva os riscos.
Na segunda-feira, a Defesa Civil estadual se reuniu com integrantes das defesas civis municipais de 200 cidades para alinhar ações de prevenção às chuvas previstas para os próximos dias.
O encontro contou com orientações sobre prevenção e esclarecimentos sobre a tecnologia Cell Broadcast, que envia alertas de emergência diretamente aos celulares de pessoas que estão em áreas de risco.
À noite, a rodovia Antônio Honório da Silva (SP 165) teve interdição total do km 160+600 ao 181+200, devido ao risco de queda de barreira. Equipes do DER (Departamento Estadual de Rodovias) permanecem na sinalização do local. Os motoristas têm como opção de desvio as rodovias SP-139 e SP-250.
A Defesa Civil alerta que, devido ao mau tempo, é importante manter distância de encostas, áreas de alagamento e locais próximos a rios e córregos. “Durante tempestades, busque abrigo em locais seguros e evite sair, especialmente quando houver raios e ventos fortes. Nunca se aproxime de fios caídos ou postes danificados, e esteja sempre atento a sinais de deslizamentos e alagamentos”, destaca o órgão estadual.