BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A FAB (Força Aérea Brasileira) fará o transporte dos 158 migrantes deportados dos Estados Unidos que estão em Manaus (AM) após problema técnico no avião americano que os levaria até Belo Horizonte (MG), informou a Aeronáutica neste sábado (25).
O voo com o deportados, dos quais 88 são brasileiros, decolou na sexta-feira (24) da cidade de Alexandria, no estado da Virgínia, e pousou em Manaus para reabastecer. Entretanto, um problema técnico impediu a conclusão da viagem.
“A Força Aérea Brasileira informa que uma aeronave KC-30, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte, foi engajada, por solicitação do Governo Federal, para prestar apoio aéreo aos deportados”, disse a FAB em nota neste sábado.
Segundo a Força, o avião sairá de Brasília às 13 horas e chegará em Manaus às 15h30 (14h30 no horário local). Profissionais de saúde acompanharão os deportados durante o trajeto até Belo Horizonte.
A Polícia Federal disse estar prestando suporte aos deportados e não informou a nacionalidade dos 70 passageiros que não são brasileiros. Segundo a PF, os migrantes foram “acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto”, onde receberam bebida, comida, colchões para passar a noite e tiveram acesso a banheiros com chuveiros.
Procurada pela reportagem, a embaixada dos EUA em Brasília limitou-se a dizer que “os cidadãos brasileiros do voo de repatriação estão sob custódia das autoridades brasileira” e que a representação diplomática está em contato com as autoridades brasileiras.
Um delegado da Polícia Federal ouvido pela Rede Amazônica chegou a dizer que o governo americano enviaria uma nova aeronave para levar os migrantes até a capital mineira. A PF não havia confirmado oficialmente a informação.
Esse é o primeiro voo de deportados realizado no governo Donald Trump, que tem o combate a imigração como principal bandeira e prometeu aumentar o número de deportações neste mandato.
O retorno de migrantes em situação irregular para o Brasil se dá conforme um acordo firmado com Washington em 2017, ainda sob o governo de Michel Temer, e tem como objetivo facilitar o retorno de pessoas processadas nos EUA por entrar no país de forma ilegal e que não possuam direito a recurso.
Na quinta (23), o governo Trump disse já ter apreendido 538 imigrantes em situação irregular desde a sua posse, no dia 20. Em nota, a Casa Branca disse que os presos eram criminosos e que centenas deles foram deportados em aviões militares.
Não está claro se todos os detidos tinham sido condenados por crimes ou se havia acusados entre os presos. Na quarta, o Congresso americano enviou para a sanção de Trump uma lei que autoriza a prisão e deportação, sem julgamento, de imigrantes em situação irregular acusados de uma série de crimes que vão de furto a homicídio.
Os crimes que agora levarão à prisão automática e deportação são: furto, roubo, invasão de domicílio, latrocínio, agressão contra policiais, lesão corporal e homicídio. Depois de passar no Senado na segunda (20), a lei foi aprovada na quarta pela Câmara dos Representantes por 263 votos a 156.