SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitou nesta sexta-feira (24) a Carolina do Norte, estado atingido pelo furacão Helene no ano passado. A agenda dele inclui ainda a Califórnia, onde incêndios destroem bairros inteiros em Los Angeles desde o início do mês.

Trata-se da primeira viagem desde que o republicano reassumiu a Presidência, na segunda (20). Trump aproveitou a ocasião para atacar a maneira como a Fema (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências) lidou com as consequências do Helene —a agência foi comandada pela administração de seu antecessor, Joe Biden, nos últimos quatro anos.

Durante reunião sobre os esforços de recuperação, o republicano prometeu ajudar rapidamente a Carolina do Norte a “obter a ajuda de que precisam” para a reconstrução.

Ele disse preferir que os estados recebessem dinheiro federal para lidar com desastres por conta própria em vez de depender da Fema para fazer o trabalho. Trump afirmou ainda que assinaria ordem executiva destinada a abordar problemas inerentes à agência. “Vamos recomendar que a Fema desapareça.”

Trump também acusou Biden de não fazer o suficiente para ajudar a região oeste da Carolina do Norte a se recuperar do furacão. A equipe do democrata respondeu à declaração, chamando-a de desinformação.

O presidente republicano também criticou a resposta de autoridades democratas aos incêndios em Los Angeles que causaram destruição generalizada neste mês. A agenda de Trump incluía visitar a cidade, enquanto três grandes incêndios ainda ameaçam a região.

Em uma entrevista à Fox News na quarta (22), Trump também ameaçou reter ajuda e repetiu uma afirmação falsa de que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e outras autoridades se recusaram a fornecer água da parte norte do estado para combater os incêndios. “Eu não acho que devemos dar nada à Califórnia até que deixem a água fluir.”

Ele afirmou falsamente que Newsom, um democrata, priorizou a preservação de peixes ameaçados em detrimento da segurança pública. O governador californiano disse que não há conexão entre os peixes e o incêndio.

Trump também acusou Newsom e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass —que estava fora do país quando os incêndios começaram— de “incompetência grave”, apontando para o que ele chamou de falta de preparação, além de “políticas de gestão de água ineficazes ou prejudiciais”.

“São cinzas, e Gavin Newscum [sic] deveria renunciar. Tudo isso é culpa dele!”, escreveu Trump em sua plataforma Truth Social, referindo-se ao governador de forma pejorativa ao errar o nome dele.

A escassez de água fez com que alguns hidrantes ficassem secos em Pacific Palisades, prejudicando a resposta inicial. Quando os incêndios começaram, um dos reservatórios que poderia ter fornecido mais água para a área estava vazio há um ano. Autoridades prometeram investigar por que estava seco.

A prefeita Karen Bass e autoridades de combate a incêndios disseram que os hidrantes não foram projetados para lidar com um desastre tão massivo e enfatizaram a natureza sem precedentes dos incêndios.

Trump criticou as políticas da Califórnia de compartilhar água do norte com o sul, chamando o descarte no oceano de desperdício. Newsom e especialistas refutaram, afirmando que as derivações têm pouco impacto nos incêndios.

Desde o início dos incêndios em 7 de janeiro, 28 pessoas morreram e 16 mil estruturas foram danificadas, entre casas, galpões e empresas, dizem as autoridades. Grande parte do sul da Califórnia permanece sob um alerta de bandeira vermelha devido ao risco extremo de novos incêndios.