WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou uma investigação em seu governo contra seu antecessor, o ex-presidente Joe Biden, após mencionar que o democrata concedeu perdões a vários de seus aliados.
“Ele saiu por aí dando perdões para todo mundo. E sabe o que é engraçado, talvez o triste, é que ele não se deu um perdão. E se você olhar bem, tudo tinha a ver com ele”, disse Trump.
A declaração foi feita em entrevista transmitida na madrugada desta quinta-feira (23) a Sean Hannity, da Fox News, a primeira desde a posse, na segunda (20). O apresentador afirmou durante a conversa que é amigo do republicano há mais de 30 anos, em conversa recheada de elogios e respaldos às ações do novo presidente.
Questionado se pediria uma investigação contra Biden, Trump disse que deixaria ao Congresso a decisão sobre apurar os perdões que o ex-presidente deu a aliados às vésperas de deixar a Casa Branca, insinuando acreditar que eles deveriam ser investigados.
Trump criticou a investigação do Congresso sobre a invasão do Capitólio em 6 de janeiro e afirmou que passou “pelo inferno” antes de voltar à Presidência, se referindo às investigações de que foi alvo.
“Joe Biden tem conselheiros muito ruins. Alguém aconselhou Joe Biden a dar perdões para todo mundo, menos para ele”, observou Trump.
O ex-presidente deu clemência a todos os legisladores que serviram no comitê do Congresso que investigou a invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, bem como policiais que prestaram depoimentos perante ele.
Entre os beneficiados está Liz Cheney. Filha de Dick Cheney, vice-presidente sob George W. Bush, ela foi a principal republicana a apoiar a campanha de Kamala Harris, do partido rival ao seu, à Presidência. Biden também perdoou familiares, como o seu filho Hunter, e seus irmãos, James B Widen, Valerie Biden Owens e Francis W. Biden, e os cônjuges dos dois primeiros, Sara Jones Biden e John T. Owens.
As decisões foram tomadas após Trump ameaçar durante a campanha retaliar e processar aqueles que o investigaram ou acusaram de crimes após deixar a Presidência, em 2021, sem aceitar a derrota e apontando, sem provas, ter havido fraudes na eleição.
Durante a entrevista, o republicano ainda contou que viajará na sexta à Carolina do Sul e, depois à Califórnia, que continua enfrentando incêndios de proporções catastróficas.
O presidente, inclusive, defendeu na entrevista que o governo federal só dê dinheiro ao estado depois que o governador, Gavin Newsom, deixar ” água fluir de cima para baixo”. Trump tem criticado Newsom.
Trump afirma que há água retida no norte do estado que poderia ser usada para ajudar a apagar o fogo. A afirmação, porém, não é embasada pela opinião de especialistas, que não veem conexão entre os fatores.