SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro dia de júri popular de José Maria da Costa Júnior, réu pela morte da ciclista Marina Kohler Harkot, começa no início da tarde desta quinta-feira (23). O julgamento acontece no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

“Ainda estou de pé. A gente acredita que o júri vai acontecer”, diz Maria Claudia Kohler, 60, mãe de Marina. Ela, que vive no Rio de Janeiro, está em São Paulo para acompanhar o julgamento.

Inicialmente, o júri havia sido marcado para junho do ano passado, mas foi adiado após o réu apresentar um atestado médico de dengue. De acordo com a defesa da família de Marina, a doença não foi confirmada.

Maria Claudia afirma ser necessário dar visibilidade ao caso contra a impunidade em mortes no trânsito.

“A gente tem uma epidemia de mortes no trânsito. Tem legislação, mas tem que ser cumprida. Ele vive a vida normal, e a gente sofrendo. Eu tenho saudade da minha filha todos os dias”, acrescenta.

Marina foi atropelada por José Maria em novembro de 2020, quando pedalava pela avenida Paulo 6º, no Sumaré, zona oeste. De acordo com laudos periciais, o réu estava embriagado e em alta velocidade -quase o dobro da máxima permitida- quando atingiu a ciclista pelas costas.

Após fugir do local sem prestar socorro, o motorista foi flagrado por câmeras de segurança do condomínio onde morava. As imagens mostram José Maria no elevador, acompanhado de uma mulher e sorrindo minutos após o atropelamento.

Um grupo de ciclistas e de amigos de Marina também estão no local. A advogada Priscila Pamela Santos diz esperar que o réu seja condenado por homicídio doloso, ou seja, com intenção.