O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrubou uma ordem executiva de 1965 que impedia a discriminação por cor, raça, sexo e nacionalidade em contratações do governo federal.

Trump considerou contratação baseada em diversidade como “perigosa, degradante e imoral”. Na ação “Acabando Com A Discriminação Ilegal e Restaurando a Oportunidade Baseada no Mérito”, publicada ontem (21), o presidente diz valorizar as leis de direitos civis promulgadas nos anos 1960, mas avalia que programas de contratação baseados em diversidade as violam.

Ordem revogada foi assinada dois anos após famoso discurso de Martin Luther King Jr. Em agosto de 1963, o ativista e pastor liderou a Marcha em Washington por Emprego e Liberdade, que defendia o fim da discriminação e da segregação racial contra afro-americanos. Foi nesse ato que King fez seu famoso discurso “Eu Tenho Um Sonho” para cerca de 250 mil manifestantes. No mesmo ano, ele se encontraria com Lyndon B. Johnson na Casa Branca.

Lyndon B. Johnson instituiu em 1965 a ordem executiva 11246, chamada “Oportunidade Igual de Emprego”. A regra impunha que os contratantes do governo não discriminassem os candidatos por cor, raça, sexo, nacionalidade, religião, orientação sexual ou identidade de gênero, garantindo oportunidades iguais para todos.

Hoje, Donald Trump colocou todos os contratados do governo por programas de diversidade em licença remunerada. A medida faz parte da agenda de Trump de encerrar esses programas no governo federal.

Contratações pelo governo devem ser baseadas “em mérito”. Outra seção da ordem executiva assinada por Trump pede que as agências americanas interrompam com a promoção de diversidade em ambientes de trabalho.

“As políticas ilegais de DEI [Diversidade, Equidade e Inclusão] e DEIA [Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade] não apenas violam o texto e o espírito de nossas antigas leis federais de direitos civis, mas também minam nossa unidade nacional, pois negam, desacreditam e minam os valores americanos tradicionais de trabalho duro, excelência e realização individual em favor de um sistema de espólios baseado em identidade ilegal, corrosivo e pernicioso. Os americanos trabalhadores que merecem uma chance no Sonho Americano não devem ser estigmatizados, humilhados ou excluídos de oportunidades por causa de sua raça, ou sexo”, disse Donald Trump, em ordem executiva.