A Prefeitura de Goiânia enfrenta uma dívida acumulada de R$ 62 milhões referente aos subsídios do transporte coletivo, resultado de atrasos e dificuldades na gestão das contas públicas. Segundo o secretário municipal Valdivino de Oliveira, o objetivo é gerar superávit até o final de 2025 para quitar o débito e estabilizar as finanças.
Crescimento do débito
Desde novembro de 2024, o valor da dívida cresceu de R$ 38 milhões para R$ 62 milhões. O aumento reflete uma crise financeira de longo prazo, marcada por déficits consecutivos nos últimos anos. Apesar de medidas de contenção terem sido adotadas, ainda será necessário criar um excedente financeiro para liquidar as pendências.
Dependência de subsídios no transporte público
O transporte coletivo em Goiânia depende fortemente de subsídios, que atualmente cobrem 82% dos custos operacionais. Em 2024, a prefeitura e o Governo de Goiás desembolsaram R$ 388 milhões para sustentar o sistema, um aumento significativo em comparação ao ano anterior.
Atualmente, a tarifa técnica é de R$ 9,89, enquanto os usuários pagam apenas R$ 4,30, com o restante sendo financiado pelo poder público. Com o reajuste tarifário previsto para maio de 2025, que elevará o custo técnico para R$ 10,50, o peso sobre os cofres públicos tende a aumentar ainda mais.
Estratégias para recuperação financeira
O plano da prefeitura envolve alcançar um superávit equivalente a 15% da receita municipal até o fim de 2025. Segundo Valdivino de Oliveira, as medidas de austeridade implementadas desde 2024 foram fundamentais para conter o déficit estrutural e iniciar a recuperação.
Além de Goiânia e do estado de Goiás, que financiam a maior parte dos subsídios, municípios vizinhos como Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira também participam com contribuições menores, que somam 17,6% do total.
“Estamos trabalhando para criar um equilíbrio financeiro e resolver os passivos herdados, garantindo um futuro mais sustentável para as finanças municipais”, afirmou o secretário.
O desafio, no entanto, não se limita ao pagamento da dívida atual, mas também à criação de mecanismos que evitem o acúmulo de novos déficits no futuro, assegurando a continuidade do transporte coletivo sem sobrecarregar ainda mais as contas públicas.