Após o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) negar o pedido de calamidade financeira para Goiânia, a prefeitura intensificou ações de ajuste fiscal com foco em equilibrar as contas públicas. Medidas como cortes de gastos, renegociação de contratos e rigor no controle orçamentário estão sendo implementadas para reverter um déficit acumulado de R$ 4 bilhões e atingir um superávit até o final do ano.

Embora o TCM tenha reconhecido a gravidade da situação, recomendou que a decretação de calamidade fosse limitada à Saúde, permitindo ações emergenciais, como aquisição de insumos e ampliação de leitos de UTI. A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou a medida nesse setor, enquanto a administração municipal segue adotando estratégias abrangentes para estabilizar as finanças.

Déficit real e ações emergenciais
O secretário de Finanças, Valdivino de Oliveira, afirmou que a dívida real de Goiânia ultrapassa os R$ 4 bilhões, apesar de o balanço oficial apresentar um valor bem inferior. Ele destacou que a maior parte da dívida é de curto prazo, envolvendo contratos de consumo e serviços essenciais.

Mesmo sem o decreto de emergência financeira, a prefeitura já adotava medidas de contenção recomendadas pelo TCM, incluindo cortes em despesas com pessoal e ajustes em contratos, o que resultou na interrupção de déficits recorrentes que vinham acontecendo há quatro anos.

“Desde janeiro, conseguimos estabilizar as despesas ao mesmo nível da receita. Agora, estamos focados em gerar um superávit de 15% até dezembro, o que permitirá começar a quitar dívidas acumuladas e reestabelecer a saúde fiscal da cidade”, explicou Valdivino.

Foco em superávit e planejamento sustentável
A estratégia da prefeitura não se limita à eliminação do déficit. Segundo Valdivino, o objetivo é criar uma margem de superávit sustentável para amortizar dívidas e viabilizar novos investimentos.

“Estamos renegociando contratos, revisando o orçamento e adotando uma gestão rigorosa dos recursos. O compromisso é devolver a credibilidade fiscal de Goiânia e construir uma base sólida para o crescimento planejado, sem comprometer serviços essenciais”, afirmou.

Ele também destacou que o ajuste fiscal exige disciplina administrativa e decisões estratégicas que garantam o equilíbrio financeiro sem prejudicar a população. “Cada passo é dado com cuidado. A prioridade é criar um ambiente econômico estável, capaz de sustentar a cidade de forma responsável e eficiente”, concluiu.