BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta segunda-feira (20) que o governo federal fará o “que for necessário” para garantir o equilíbrio das contas públicas e que a responsabilidade fiscal não é um compromisso de “ministro A ou B”, e sim do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele disse, no entanto, que por enquanto não há estudos na linha de um novo pacote de medidas de contenção de gastos.
O chefe da Casa Civil também afirmou que a cotação do dólar vai voltar ao que descreveu como “patamar real da economia brasileira”, em particular após a troca de governo nos Estados Unidos e a consolidação de dados econômicos no Brasil.
Rui Costa deu entrevista a jornalistas após o encerramento da reunião ministerial do governo, na residência oficial da Granja do Torto.
O ministro afirmou que a possibilidade de novas medidas de ajuste econômico não foi tratada durante a reunião ministerial e que todos são defensores de responsabilidade fiscal, combatendo a versão corrente de que é uma pauta apenas da equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda).
“O que for necessário fazer em qualquer momento para se garantir o equilíbrio das contas públicas e o arcabouço fiscal será feito. Então não terá anúncio antecipado, não tem estudo em andamento, mas eu quero reafirmar: tudo que precisar ser feito para cumprir o equilíbrio fiscal será feito”, afirmou o ministro.
“A qualquer tempo, a qualquer mês que se mostre necessário, as medidas podem ser aperfeiçoadas. Nessa reunião não foi tratado disso, mas a qualquer momento, se a realidade assim se mostrar, os ajustes necessários serão feitos”, completou.
Rui Costa também afirmou que o dólar está demorando mais para cair, quando comparado com a forte alta na cotação da moeda americana no fim do ano passado. No entanto, disse que o câmbio vai voltar ao “patamar da realidade brasileira”, em particular após a posse do republicano Donald Trump.
“O que a realidade vai mostrando é que o dólar vai caindo. Infelizmente ele não cai na mesma velocidade que ele subiu. Mas eu acredito que com o passar dos dias da posse do novo presidente dos Estados Unidos e os números robustos da economia brasileira vão fazendo o dólar voltar ao patamar, eu diria que tenha reflexo na vida real da economia, porque o patamar que está não corresponde à vida real e aos números reais da economia brasileira”, afirmou.
Essa foi a primeira vez em 2025 que o presidente Lula (PT) reuniu todos os seus ministros, para um encontro de ajustes e articulação no governo. O encontro após a crise política do Pix e em meio à expectativa de uma reforma ministerial.
Rui Costa também saiu em defesa de Haddad e disse que ele não saiu enfraquecido com o episódio da instrução normativa da Receita Federal que ampliava a fiscalização sobre transações de pessoas físicas via Pix que somarem ao menos R$ 5.000 por mês. O governo recuou da medida.
“O ministro Haddad não pode ter saído enfraquecido porque não houve nenhuma medida concreta ou verdadeira. O que se montou, de novo, foi uma uma notícia facciosa, mentirosa, para tentar aterrorizar a população”, afirmou.