SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O departamento de Inteligência da Polícia Militar, que integra a força-tarefa criada para investigar a morte do empresário e delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) Antônio Vinicius Gritzbach, 38, apura o vazamento de fotos e informações pessoais de policiais suspeitos ou não de envolvimento no caso.

Imagens dos registros oficiais da PM com rosto e nome de trabalho dos agentes de segurança pública estão sendo replicados em grupos de mensagens como se fossem dos presos na operação que resultou na detenção de 15 policiais na quinta-feira (16).

No entanto, há imagens de policiais que não foram presos, como de um PM da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), conforme agentes que atuam na força-tarefa.

Segundo a inteligência da PM, os responsáveis pelo vazamento dos dados e das imagens podem ser identificados, pois deixam rastros quando acessam o sistema da corporação em que estão essas informações.

Entre os presos na operação de quinta está o cabo Dênis Antonio Martins, 40, suspeito de ser um dos atiradores contra Gritzbach.

este sábado (18), membros da força-tarefa —que inclui a Corregedoria da PM e policiais civis do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa)— prenderam mais um policial por suspeita de participação na morte de Gritzbach.

Segundo a investigação, o tenente Fernando Genauro da Silva —que trabalha na 1ª Companhia do 23° Batalhão da Polícia Militar, na capital paulista— dirigia o carro em que estavam os atiradores que mataram Gritzbach na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, no dia 8 de dezembro do ano passado.

O tenente preso neste sábado, segundo apuração da força-tarefa, já trabalhou com o cabo Dênis na Força Tática do 42º Batalhão da PM, e, Osasco, na Grande São Paulo, onde atuavam na mesma viatura.

A Folha de S.Paulo apurou que a investigação descobriu que o celular de Silva recebeu ligações exatamente no momento em que o carro sai para levar os atiradores até o delator e depois uma nova ligação quando o carro é abandonado.

A defesa afirma que o tenente é inocente. “Ele não cometeu esse crime, ele não estava no dia dos fatos”, disse o advogado Mauro Ribas. “Ele não fazia segurança para Gritzbach. Nunca fez. E não tinha relação profissional com os demais policiais”, acrescentou.

Além da prisão do tenente, a operação deste sábado cumpriu sete mandados de busca e apreensão.

A investigação agora busca identificar o terceiro ocupante do veículo, que seria o outro executor de Gritzbach. Além disso, também apuram se o tenente tem relação com os policiais militares que integravam a escolta irregular do delator do PCC.