SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – David Lynch morreu, nesta quinta-feira (16), aos 78 anos, vítima de um enfisema pulmonar.

O artista, que recebeu quatro indicações ao Oscar ao longo da carreira, revelou a doença no ano passado. “Fumar é algo que eu absolutamente amei, mas no fim das contas, isso me afetou”, disse ele na ocasião.

Lynch foi um dos cineastas audiovisuais mais carismáticos e complexos dos últimos tempos. Com apenas 10 filmes em sua carreira, ele assinou algumas das principais obras das últimas décadas.

David foi além do famoso diretor. Ele foi um artista multidisciplinar, pintor, músico e designer de móveis.

CINCO CURIOSIDADES SOBRE DAVID LYNCH

Parte de sua adolescência foi passada na Filadélfia, onde ele e vários amigos costumavam visitar um necrotério. O diretor de cinema tornou-se amigo dos trabalhadores do local, o que lhe deu o privilégio de entrar na sala onde estavam guardados os corpos.

Além de escrever e dirigir, Lynch passava seu tempo construindo objetos, como luminárias e até móveis. Foi um artista que adorava moldar e criar peças com as próprias mãos.

Até os fãs mais fervorosos de David costumam pesquisar no Google as interpretações de seus filmes mais confusos. Isso porque ele nunca gostou de explicar suas ideias. “Não gosto de falar sobre o significado dos meus filmes. É a minha opinião e não deveria ser de mais ninguém”, dizia.

Devido à sua idade, Lynch teve que reduzir consideravelmente o consumo de cafeína. Ele chegou a confessar que chegava a quase 20 xícaras por dia de café. Uma obsessão que pode ser vista no personagem do Agente Copper, do conhecido drama “Twin Peaks”.

Seu estilo, tão próximo do surrealismo, já foi comparado ao do diretor espanhol Luis Buñuel (1900-1983). No entanto, Lynch dizia abertamente que nunca viu um filme sequer de Buñuel.