O jovem Hunter Aleixo Rezende, de 20 anos, residente em Goiânia, é um dos poucos brasileiros a alcançar a cobiçada nota 1000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre os cerca de 3,2 milhões de participantes, apenas 12 conseguiram esse feito, e Hunter foi o único representante de Goiás.
“É inacreditável. Sempre soube que era algo difícil, mas estar entre os melhores do país é um sonho realizado”, diz ele, emocionado.
O caminho até o topo
A conquista de Hunter não foi obra do acaso. Após dois anos de dedicação intensa em cursinhos pré-vestibulares, o estudante desenvolveu uma rotina de estudos focada. Ele produzia, semanalmente, duas redações: uma para o colégio e outra para um curso específico. No segundo semestre, intensificou os treinos com correções detalhadas, linha por linha, além de acompanhar notícias e artigos para embasar melhor seus argumentos.
“Nos primeiros meses, abdiquei de muita coisa, como sair com amigos e momentos de lazer. No segundo ano, consegui equilibrar melhor os estudos com atividades como academia e encontros com amigos. Foi nesse período que conheci minha namorada, que foi um grande apoio para manter o foco.”
Hunter já havia conquistado uma vaga em medicina na Universidade Federal de Jataí (UFJ), mas decidiu tentar novamente para estudar na Universidade Federal de Goiás (UFG). Agora, ele também considera a possibilidade de se inscrever na Universidade de São Paulo (USP), que utiliza um sistema de seleção próprio.
Reconhecimento e apoio
O diretor do Colégio Arena, Wendell Sullyvan, destacou a determinação de Hunter. “Ele é um exemplo de superação e dedicação. Enfrentou os desafios e transformou suas dificuldades em resultados impressionantes. Além de ser um aluno aplicado, ele participou ativamente de todas as atividades propostas.”
O colégio comemorou o resultado como um marco, reforçando o papel fundamental dos professores na jornada de Hunter.
Enem 2024: um cenário competitivo
Com o tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, a redação do Enem deste ano exigiu dos candidatos habilidade argumentativa e conhecimento cultural. Além de Hunter, outros 11 estudantes, distribuídos por estados como São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, atingiram a nota máxima.
Agora, Hunter se prepara para utilizar sua pontuação no Sisu, cuja inscrição abre nesta sexta-feira (17). Ele também avalia a possibilidade de estudar em universidades portuguesas, que aceitam a nota do Enem para admissão em cursos superiores.
“Espero ansioso pela próxima etapa. O esforço valeu a pena, e agora é colher os frutos”, conclui o estudante, que se mantém focado no sonho de cursar medicina e, no futuro, definir sua especialidade.
