RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Se no futebol masculino o Flamengo viveu um furacão de mudanças, no feminino tudo segue a mesma coisa desde a troca de gestão. Com várias contratações de novas jogadoras e sem reformulações previstas até o momento, o clube ainda atravessa uma insegurança causada pela CBF, que não divulgou como será o calendário de 2025.

O QUE ACONTECEU

A estrutura do comando do feminino só sofreu uma mudança: a saída de Vitor Zanelli. Ele era o vice-presidente de Futebol de Base, Feminino e Futsal na gestão Rodolfo Landim.

As negociações e decisões no feminino do Flamengo são tocadas por André Rocha, gerente da categoria. Ele já estava no clube há alguns anos e comandava o feminino ao lado de Zanelli, que costumava ser bem ativo no dia a dia. Como não havia nenhum diretor na pasta, eram apenas os dois.

O VP anunciado para futebol profissional e de base é Fábio Palmer, que esteve presente na reapresentação do elenco feminino na semana passada, na Gávea. Na gestão Bap, porém, a ideia é que os vice-presidentes sejam pouco relevantes para as áreas.

A nova gestão focou em outras áreas do clube e não se envolveu muito com o feminino, que não foi prioridade. José Boto, por exemplo, responde apenas pelo futebol profissional e de base masculino. O técnico Mauricio Salgado segue no comando do time principal e Filipe Torres é quem está à frente do sub-20. O clube acabou no ano passado com o sub-17. Nos esportes olímpicos, por exemplo, Bap trocou o diretor.

No plano de governo da gestão se falava em um diretor para o feminino. Antes da eleição, foi divulgado que a intenção era contratar um diretor técnico profissional para cuidar de toda a estrutura adulta e da base (incluindo masculino e feminino), mas o único que chegou foi Boto, que não terá nada a ver com o feminino.

Ainda não se sabe se haverá mudanças no futuro. Além da indefinição dentro do Fla, há também uma expectativa de a CBF se movimentar para avisar aos clubes sobre o calendário.

SEM DATAS

O Flamengo estava planejando uma pré-temporada fora do Rio para o time feminino. Entretanto, sem saber quando estreia, a ideia ficou mais complicada. As jogadoras já voltaram aos treinos, mesmo sem definição.

Segundo apurou o UOL, a CBF pretende convocar os clubes até o fim desta semana. Serão chamadas as equipes das três divisões do futebol feminino para uma conversa sobre como será o calendário. Existe um movimento, por exemplo, de aumento no número de times na primeira divisão, o que gerou reclamações. Houve um princípio de comunicação com o Flamengo nesta terça-feira, mas ainda nada oficial sobre a data do encontro.

Nos bastidores, a CBF justifica a demora dizendo que não quer impor um calendário e, por isso, prefere dialogar com os clubes. No masculino, a confederação faz a divulgação de como será o ano com meses de antecedência.

O presidente Ednaldo Rodrigues afirma já ter o modelo com competições para o ano inteiro. Incluindo a Supercopa e o Brasileirão, que ocuparia boa parte da temporada. CBF também pensa em criar uma nova competição, mas quer debater antes.

A entidade também promete apresentar um calendário de base. A confederação quer financiar esses torneios para ter mais partidas no calendário.

O elenco do Flamengo tem sete novas jogadoras. Yasmin, Chai, Driely, Flavia Mota, Fernanda, Ju Ferreira e Vivi Holzel já foram anunciadas. Seguem no time as goleiras Barbieri, Bibi, Isa Cruz e Karol Alves, as laterais Diovanna, Fabi Simões, Jucinara e Monalisa, as zagueiras Agustina, Núbia e Sorriso, as meio-campistas Djeni, Leidiane, Louvain e Thaisa, e as atacantes Cristiane, Duda Rodrigues, Glaucia, Laysa, Pimenta e Valéria Cantuário. Além disso, Barraca, Letícia e Mariana, campeãs do Brasileirão Sub-20 no ano passado, foram integradas em definitivo ao elenco profissional.