SÃO PAULO

Investidores aguardam divulgação do índice de preços ao consumidor americano, que pode moldar ainda mais o humor dos mercados

(FOLHAPRESS) Em 15/01/2025 09h21

O dólar à vista rondava a estabilidade nas primeiras negociações desta quarta-feira (15). Às 9h05, o dólar à vista subia 0,01%, a R$ 6,047.

Investidores demonstram cautela antes da divulgação de dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos que podem moldar a trajetória da taxa de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Detalhe de notas de dólar e real. Pedro Affonso Folhapress A imagem mostra uma nota de 100 dólares dos Estados Unidos em primeiro plano, com o retrato de Benjamin Franklin, e uma nota de 100 reais do Brasil ao fundo, destacando a figura de uma mulher com uma coroa de folhas. As notas estão sobrepostas parcialmente. **** Nesta terça-feira (14), o Departamento do Trabalho americano divulgou dados sobre o PPI, o índice de preços ao produtor dos EUA, que subiu 0,2% em dezembro ante 0,4% no mês de novembro.

No período de 12 meses até dezembro, o índice PPI acelerou para 3,3%, após um aumento de 3,0% em novembro. A aceleração na taxa anual refletiu os preços mais baixos do ano passado, especialmente dos produtos de energia, que saíram do cálculo.

“Os dados de inflação abaixo do esperado mostram que o Fed pode diminuir os juros, fazendo com que o dólar não se valorize tanto. Esse cenário também contribui para a queda dos juros futuros hoje”, afirma Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e sócio da Eu me banco.

Newsletter Folha Mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes. *** Os números ficaram abaixo do esperado, o que levou o dólar a cair 0,85%, a R$ 6,04. Já a Bolsa fechou com alta de 0,24%, aos 119.298 pontos, com o apoio das ações da Vale e do banco Bradesco.

Após registrar a máxima de R$ 6,098, às 9h, na abertura do mercado, o dólar à vista atingiu R$ 6,042, uma queda de 0,91%, às 10h50, logo após a divulgação dos dados de inflação ao produtor americano. Às 16h39, já na reta final, a moeda norte-americana à vista atingiu a mínima do dia, R$ 6,041.

Para esta terça, os agentes financeiros aguardam a divulgação do CPI, o índice de preços ao consumidor americano, que pode moldar ainda mais o humor dos mercados e até amplificar a aversão ao risco caso os números venham acima do esperado.

A divulgação do CPI pode moldar ainda mais o humor dos mercados e até amplificar a aversão ao risco caso os números venham acima do esperado.

Galeria Por tradição, EUA não costumam convidar presidentes estrangeiros para posse Posts trazem desinformação sobre evento que marcará início do governo Trump https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1815542798743537-lula-fora-da-posse-de-trump-presidentes-brasileiros-nao-vao-a-posse-dos-estadunidenses-desde-1985 *** Nesta terça, os agentes financeiros também reagiram positivamente a uma reportagem da Bloomberg que sugeriu que membros da equipe econômica de Trump estão considerando movimentos graduais na implementação de tarifas de importação, reduzindo o pessimismo em relação à medida.

Neste cenário, a moeda norte-americana passou a ceder ante quase todas as divisas de países emergentes, incluindo o real.

Os investidores continuam se ajustando à perspectiva de uma abordagem mais cautelosa do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) em seu ciclo de afrouxamento monetário, depois de dados fortes de emprego divulgados na semana passada.

Atualmente, operadores esperam que o Fed mantenha os juros inalterados na reunião deste mês e realize somente um corte de 25 pontos-base até o fim do ano.

Lista **** Na cena doméstica, o início do ano tem fornecido poucos impulsos para as negociações, diante da relativa escassez de novos dados econômicos e com a agenda política em Brasília ainda fraca em meio ao recesso do Congresso.

O principal receio do mercado segue sendo o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas, com entrevistas recentes de membros do governo fornecendo algum alívio com a promessa de mais medidas fiscais para este ano.

Na última sexta-feira, Haddad disse em entrevista à GloboNews que o governo segue estudando novas iniciativas para sanear as contas públicas, acrescentando que “só o que se faz” na Fazenda é estudar novas iniciativas.

Já o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que o governo deve adotar novas medidas fiscais neste ano.

De acordo com Durigan, as novas propostas de corte de despesas e arrecadação devem começar a ser debatidas após a aprovação pelo Congresso do Orçamento de 2025, informou O Globo.

Já as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) fecharam a terça-feira novamente em baixa firme. O DI para julho de 2025 -um dos mais líquidos no curto prazo- estava em 13,99%, ante o ajuste de 13,999% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,895%, ante o ajuste de 14,945%.

YouTube Como é que é? O que esperar do governo Lula este ano? O ministro Rui Costa (Casa Civil) disse nesta quinta-feira (9) que a reforma ministerial pode ser feita até dia 21 de janeiro. A data marca a próxima reunião dos ministérios com o presidente Lula (PT).Há uma expectativa desde o ano passado para nov… https://www.youtube.com/watch?v=mfg9IXS6vCE *** Com Reuters