SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Duas ativistas picharam a frase “1,5 está morto” no túmulo do naturalista Charles Darwin, em protesto à falta de ação contra as mudanças climáticas, em Londres, Inglaterra, nesta segunda-feira (13).
A frase destaca o aumento global das temperaturas. As ativistas justificaram a ação com a superação do limite de 1,5°C, o aumento máximo de temperatura global estabelecido no Acordo de Paris para evitar mudanças climáticas catastróficas, registrada em 2024. Elas declararam que Darwin, conhecido por seu compromisso com a ciência, “se reviraria no túmulo” ao saber da crise ambiental atual, segundo declarações obtidas pela CNN.
Aquecimento global atingiu um marco preocupante. Por isso “1,5 está morto” (1,5 is dead, em inglês) foi a frase escolhida pelas ativistas. Cientistas confirmaram que 2024 foi o ano mais quente já registrado, com uma média global de 1,6°C acima do nível pré-industrial. Fatores como o El Niño contribuíram para esse recorde, segundo dados do Copernicus Climate Change Service.
Túmulo do cientista foi escolhido como palco do protesto por seu simbolismo. As ativistas apontaram que três quartos da vida selvagem global desapareceram desde os anos 1970, indicando que a sexta extinção em massa está em curso, conforme informado pelo The Guardian.
Charles Darwin foi um naturalista britânico, conhecido por sua teoria da evolução por seleção natural, apresentada em sua obra “A Origem das Espécies”. Ele revolucionou o entendimento sobre a biodiversidade e os processos que moldam a vida na Terra, defendendo que todas as espécies descendem de ancestrais comuns por meio de adaptações ao ambiente.
As mulheres usaram tinta lavável para pichar a frase. Identificadas como Alyson Lee, 66, e Di Bligh, 77, ambas foram detidas pela polícia londrina. Representantes da Westminster Abbey informaram que a tinta escolhida pelas idosas não causaria danos permanentes. As portas do local permaneceram abertas para visitantes e fiéis durante todo o dia, segundo nota divulgada ao The Guardian.
Just Stop Oil, grupo ao qual as idosas pertencem, vem intensificando ações contra o uso de combustíveis fósseis. O grupo é conhecido por atos simbólicos como a pichação de monumentos e a realização de protestos em vias movimentadas. Em ações anteriores, membros do grupo jogaram tinta em estruturas icônicas, como Stonehenge, e cobriram obras de arte com tintas laváveis.