SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Novos detalhes do processo em que pelo menos oito mulheres acusam Neil Gaiman, 64, de abuso sexual foram divulgados pela revista Vulture.
Pelo menos oito mulheres teriam sido vítimas do comportamento “predatório” de Gaiman. Conforme a revista, duas das supostas vítimas prestaram serviços para o escritor britânico, sendo que uma delas foi babá do filho caçula do autor, enquanto as demais seriam fãs que de alguma forma tiveram contato com ele.
Vítimas relatam que o escritor as submetiam a relações sexuais permeadas por violência, dolorosas e sem consentimento. Os primeiros relatos do supostos abusos datam de 1986, quando Neil ainda não era um escritor influente no mundo, e vão até 2022.
Neil usava sua posição de poder e influência para coagir as supostas vítimas. Segundo a Vulture, além das agressões sexuais as mulheres também vivenciavam chantagem emocional e profissional. Elas relataram que o escritor forçava beijos e toques indesejados, sempre sem permissão.
As primeiras acusações de abuso sexual contra Neil Gaiman vieram a público em junho de 2024. Na ocasião, o podcast Master, da Tortoise Media, revelou as denúncias contra o escritor. Desde então, ele tem negado veementemente todas as acusações. À Vulture, sua defesa alegou que as relações sexuais de Gaiman com as mulheres que a denunciaram foram todas “consensuais”.
Ex-esposa de Gaiman é acusada de participação nos abusos. Amanda Palmer e o escritor não estão mais juntos e travam uma batalha judicial. Ela não quis prestar esclarecimentos à Vulture sobre as acusações.
Neil Gaiman é um dos escritores de fantasia mais lido do mundo, com mais de 50 milhões de cópias comercializadas. Entre suas obras estão “Sandman”, “Deuses Americanos” e “Good Omens”. Muitas de suas obras também foram adaptadas para a TV e o cinema, e ele tem novas séries na Netflix e na Prime Video previstas para este ano.
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EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres. Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.