SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, 22, foi gravada pelas câmeras corporais usadas pelos dois policiais envolvidos no caso.
As imagens foram anexadas ao processo nesta sexta-feira (10). Acosta foi morto dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, no dia 20 de novembro.
A perseguição dos policiais a Acosta começou após o jovem acertar um tapa na viatura onde estava o policial Guilherme Augusto Macedo, autor do tiro. Ele teve a prisão preventiva (sem prazo) pedida pela Polícia Civil nesta semana. O Ministério Público concordou, mas a Justiça ainda não decidiu.
João Carlos Campanini, advogado do policial, disse que não há motivos para a decretação da prisão. “A defesa não verifica os requisitos da prisão preventiva no pedido. Sendo a liberdade regra do processo penal brasileiro, apenas se deve decretar essa medida extrema quando de fato houver efetiva e imediata necessidade”, afirmou ele.
A gravação mostra que o PM usou diversas vezes a expressão “você vai tomar”, que significa levar tiros.
Mesmo com Acosta baleado, caído no chão e sem oferecer resistência, o policial continuou a ameaçar o jovem. “Se você se mexer você vai tomar mais um.”
Acosta diz apenas “tira a mão de mim”. O PM ainda questionou por que Acosta de um tapa na viatura.
O pai do estudante, o médico Julio César Acosta Navarro, 59, encaminhou mensagem, aos prantos, para a reportagem. “Tempos de guerra da maldade, da criminalidade contra a nação, contra os inocentes”, disse.
“É uma execução”, disse Roberto Guastelli, advogado da família de Acosta.