SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um entregador de comida de 19 anos foi agredido por um policial militar da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas) na tarde de quinta-feira (9) no centro de São Paulo.

A agressão foi registrada em vídeo por um amigo da vítima.

O jovem, que usa uma bicicleta, contou à reportagem que se preparava para aceitar uma entrega por meio de aplicativo, quando foi abordado na rua Barão de Itapetininga, na altura do Theatro Municipal e a poucos metros da sede da prefeitura.

O entregador afirmou que desde o início um dos policiais foi agressivo e fez diversas ofensas verbais. O jovem afirmou que em certo momento o policial pediu para ele entrelaçar os dedos e colocar as mãos na cabeça. Nesse momento ele teve os dedos apertados.

A vítima afirmou ter sido chutada quando o policial pediu para que ele abrisse as pernas. Durante a ação, ele também levou um tapa no rosto.

O jovem agredido disse ainda que estava com fones no ouvido naquele instante. Com o tapa, um dos fones caiu. De acordo com o entregador, o PM pisou no fone.

O autor do vídeo disse ter gravado a cena por saber como os entregadores são tratados. A vítima afirmou não ter feito boletim de ocorrência pelo susto, trauma e medo de uma nova agressão.

Após a abordagem e uma ameaça de apreensão da bicicleta em que estava, ele foi liberado.

A vítima, o amigo que registrou a ação e outro entregador disseram acreditar no trabalho da polícia, mas que o agente em questão se excedeu.

Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) respondeu que a Polícia Militar analisa as imagens para adoção das medidas cabíveis. A pasta reiterou que não compactua com excessos ou desvios de conduta, punindo exemplarmente os agentes que desobedecem aos protocolos estabelecidos pela Corporação. “A Corregedoria da instituição está à disposição para formalização da denúncia”, acrescentou.

A cena de agressão é mais um caso de violência registrada por câmeras durante a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Na mesma quinta a estudante Victória Manoelly dos Santos, 16, morreu depois de ser baleada pelo sargento Thiago Guerra, 38, na zona leste de São Paulo.

Conforme apuração da Polícia Civil, o disparo aconteceu depois do PM acertar uma coronhada no irmão de Victória durante uma abordagem. Guerra foi preso em flagrante.