SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Grande time do futebol brasileiro em 2024, o Botafogo fará sua estreia na temporada 2025 neste sábado (11). Com o elenco principal de férias, o time enfrentará o Maricá, pelo Campeonato Carioca, no Engenhão, basicamente com juniores. Mas, mesmo quando o grupo estiver completo, a partir da próxima semana, sua formatação terá diferenças notórias em relação à do ano passado.

A equipe que conquistou o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores já não conta com seu comandante, Artur Jorge, e ainda não definiu um substituto. Também está fora o grande nome alvinegro nesses títulos, o atacante Luiz Henrique, que ainda define o rumo que tomará no futebol europeu. O meia-atacante Thiago Almada foi para o Lyon.

A diretoria acerta os detalhes finais da chegada do promissor zagueiro Jair, de 19 anos, que disputou a Série B pelo Santos. Mas parece inegável que tenha havido mais perdas do que ganhos na virada do calendário. Definido como alvo para o cargo de treinador, André Jardine recusou a proposta e permaneceu no México.

“Eu tenho um nível de paciência que talvez não seja compartilhado pelos jornalistas e por alguns torcedores”, afirmou o dono do futebol alvinegro, o empresário norte-americano John Textor, sobre a demora para a definição de um novo técnico. “Não esperávamos que o processo levasse esse tempo, mas temos ainda muito tempo.”

Enquanto isso, foram atrasados os pagamentos aos atletas das premiações pelas conquistas, do 13º salário e de férias. Os jogadores ameaçaram não se apresentar na data marcada, a próxima terça (14), se tudo não estiver regularizado até a véspera, o que amplia as preocupações após um período glorioso.

Já o Palmeiras, no momento, não parece ter problemas de caixa. A agremiação verde e branca, que apresentará na próxima semana um patrocínio de R$ 100 milhões anuais da Sportingbet, adotou um comportamento agressivo no mercado e fez grandes investimentos para 2025. Nenhum clube do mundo gastou tanto com reforços na atual janela.

O alviverde da zona oeste paulistana topou pagar 18 milhões de euros (R$ 112,9 milhões) para tirar o atacante Paulinho do Atlético Mineiro -que ainda levou na transação os volantes Patrick e Gabriel Menino. E aceitou desembolsar outros 11,5 milhões de euros (R$ 72,1 milhões) pelo uruguaio Facundo Torres, também atacante, que estava no Orlando City.

A presidente Leila Pereira quer mais. Estão acertadas as bases salariais para a contratação do meio-campista Andreas Pereira, porém ainda está em andamento a negociação com o West Ham, da Inglaterra, pela liberação do atleta. A oferta do Palmeiras é de 20 milhões de euros (R$ 125,4 milhões), mais uma demonstração da agressividade do time no mercado.

Campeã de quase tudo nos anos anteriores, a equipe teve em 2024 uma temporada menos vitoriosa, com um troféu, o do Campeonato Paulista. Por isso, com novos contratos de patrocínio e de TV, a diretoria resolveu pôr a mão no bolso para retomar a hegemonia nacional e voltar a levar vantagem sobre o Botafogo.

“Estão mais calmos?”, brincou Leila, nas redes sociais, quando anunciou os primeiros reforços, referindo-se à ansiedade da torcida pela chegada de jogadores. Existia uma cobrança por movimentos mais ousados, sobretudo por causa das derrotas para o Botafogo, freguês em 2023 e algoz na temporada seguinte.

Também jogaram pressão na presidente alviverde as contratações feitas pelo arquirrival Corinthians no último semestre, uma delas a midiática -e até aqui esportivamente produtiva- aposta no atacante holandês Memphis Depay. Fortificada, a formação alvinegra engatou nove vitórias seguidas e pulou da zona de rebaixamento do Brasileiro à Copa Libertadores.

Os investimentos antecipados de maneira emergencial para evitar a degola e os excelentes resultados na reta final do ano fizeram o clube da zona leste paulistana priorizar a manutenção do elenco, o que foi cumprido. A única perda mais significativa foi a do lateral direito Fagner, que tem história em preto e branco, mas, aos 35 anos, já tinha se tornado reserva.

Também não houve contratações de peso no Flamengo, campeão da última Copa do Brasil, que tem como grande novidade a ausência do atacante Gabigol, hoje no Cruzeiro. O Internacional, dono da melhor campanha do segundo turno do Brasileiro, foi outro a apostar na manutenção da base, assim como o Fortaleza, quarto colocado do Nacional.

O São Paulo repatriou o meia Oscar, que iniciou a carreira no próprio Morumbi, construiu uma trajetória na Europa e passou as últimas temporadas na China. E liberou Rodrigo Nestor e Michel Araújo para o Bahia, que fecha a lista das oito equipes do Brasil que jogarão a Copa Libertadores -a formação tricolor de Salvador investiu ainda no atacante Erick Pulga, que se destacou no Ceará.

Fora do grupo daqueles que disputarão a principal competição sul-americana, chamou a atenção a movimentação do Cruzeiro no mercado, com a chegada de praticamente um time. A relação de reforços inclui nomes consagrados, como os já citados Fagner e Gabigol. Também chegaram o zagueiro Fabrício Bruno, ex-Flamengo, e o atacante Dudu, ídolo do Palmeiras.

Já o rival Atlético Mineiro, que esteve bem perto de levar a última Libertadores -jogou a final contra o Botafogo com um jogador a mais desde o primeiro minuto- e viveu um fim de temporada terrível, terminando o Brasileiro em 12º lugar, ainda busca peças de reposição. Por enquanto, chegaram apenas Patrick e Gabriel Menino, envolvidos na venda de Paulinho ao Palmeiras.