PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – O corpo do fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, que teve a morte confirmada nesta quinta-feira (9), teria sido encontrado preso a galhos de árvore no rio Sena na altura de Saint-Denis, cidade da região metropolitana de Paris.

A informação foi dada à família dele pela polícia francesa.

O Sena atravessa Paris de leste a oeste e depois faz uma curva na direção nordeste, cruzando as cidades de Nanterre, Saint-Ouen e Saint-Denis.

Isso leva a crer que o corpo foi levado pela correnteza do rio por cerca de 20 quilômetros, a partir do suposto local da queda —na altura da Ilha dos Cisnes, próxima à Torre Eiffel, onde as câmeras de vigilância teriam registrado sua presença pela última vez.

Encontrado no sábado (4) em avançado estado de decomposição, o corpo não apresentava sinais de violência. Foram necessários exames para confirmar que o corpo era o do brasileiro.

Segundo a polícia, novos exames serão necessários para determinar a presença de substâncias químicas no organismo de Flávio.

As buscas pelo fotógrafo, desaparecido em Paris no dia 26 de novembro, mobilizaram a polícia francesa, a Interpol e o adido da Polícia Federal brasileira em Paris, Luiz Ungaretti.

O telefone celular de Flávio, o notebook e uma escova de dentes —usada para obter uma amostra do DNA do desaparecido— foram entregues à polícia francesa, para ajudar nas investigações.

Até a quinta-feira, a família ainda não tinha recebido de volta os pertences. O apartamento que Flávio alugava em Belo Horizonte foi devolvido, e seus pertences no Brasil foram entregues à mãe dele, Marta Maria, que mora em Candeias (MG).

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CRONOLOGIA DO CASO

– 1 nov.24: Flávio de Castro Sousa chega à França, junto com Lucien Esteban, seu sócio em uma empresa de fotografia de eventos

– 8 nov.: Esteban retorna ao Brasil e Sousa continua na França

– 25 nov., por volta das 20h: No bairro de Châtelet, Sousa se despede do amigo francês Alex Gautier, que conhecera no Instagram dias antes

– 26 nov., às 8h40: Pelo WhatsApp, Sousa avisa Gautier que está no hospital Georges Pompidou, porque caiu no Sena, na altura da Île aux Cygnes, e foi resgatado pelos bombeiros

– 26 nov., às 12h: Horário do voo da Latam em que Sousa voltaria ao Brasil

– 26 nov., às 12h52: Sousa envia a Gautier foto da agência imobiliária, onde foi para prorrogar a estadia no apartamento alugado

– 26 nov., às 14h01: Sousa envia foto das roupas, aparentemente inutilizadas pela água. Avisa que a agência emprestou roupas e carregador de celular

– 26 nov., às 14h23: Sousa avisa a Gautier que vai dormir. Depois disso, não responde mais às mensagens

– 27 nov., pela manhã: Faxineira vai ao apartamento de Sousa e encontra apenas as malas prontas e itens de higiene pessoal

– 27 nov., por volta das 18h: Gautier vai ao apartamento de Sousa, alarmado com a falta de resposta às mensagens, mas ninguém atende a porta

– 27 nov., por volta das 19h: Entra em contato com a agência. Esta informa ter ligado para o celular de Sousa, atendido em um bistrô próximo ao local da queda no rio

– 4.jan.25: Corpo do brasileiro é encontrado no rio Sena