SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O guarda civil municipal Henrique Marival de Sousa, preso pela morte do secretário-adjunto de segurança pública de Osasco, Adilson Custódio Moreira, 53, nesta segunda-feira (6), já tinha puxado uma arma para um inspetor, segundo relatou à polícia Erivan Gomes, comandante da corporação.
Em depoimento, de acordo com boletim de ocorrência, o comandante da GCM afirmou que não tem muitos detalhes acerca da conduta pessoal e profissional de Sousa, mas afirmou que sabe que em outra ocasião ele havia sacado uma arma durante uma discussão com outro inspetor.
Não há informações de quando essa discussão teria ocorrido e se Sousa sofreu alguma punição em razão da conduta.
O guarda matou o superior a tiros ao saber que seria deslocado de função. O corpo do secretário-adjunto é velado na prefeitura do município e o sepultamento está agendado para às 17h, no cemitério Bela Vista.
Ainda no depoimento, o comandante afirmou que foi à prefeitura assim que soube dos disparos e tentou falar com Sousa, que estava trancado na sala com o secretário-adjunto.
Ele perguntou como Moreira estava e ouviu como resposta: “você já sabe, você já sabe. Esse cara é sujo”.
Ainda se acordo com o relato inicial do comandante, na sequência, Sousa complementou: “Aqui dentro, só tem eu, o Moreira e o demônio”.
Sousa, acompanhado de advogados, permaneceu em silêncio durante interrogatório no 5º DP de Osasco, onde o crime é investigado.
Ele passou por audiência de custódia nesta manhã e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo), de acordo com o Tribunal de Justiça.
O CRIME
Adilson foi morto a tiros por Henrique após uma reunião de rotina da equipe de segurança da cidade.
Segundo a assessoria do secretário-adjunto, a reunião era para saber quais seriam os seguranças do prefeito, ou seja, quem continuaria trabalhando na prefeitura neste mandato. Sousa ficou fora da lista e não aceitou. Daí, teria se descontrolado.
Adilson não estava armado no momento da discussão. A arma dele foi encontrada pela corporação na casa dele.
Nota divulgada pelo Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar informa que, durante as negociações, o atirador confessou ter atirado na vítima. “Assim que o advogado solicitado pelo GCM chegou ao local, informou à equipe de negociação que seu cliente havia admitido que a vítima já se encontrava sem vida. Após a negociação, o GCM se entregou às autoridades.”
O prefeito de Osasco decretou luto oficial de três dias na cidade em virtude da morte do secretário-adjunto.