SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a dizer, nesta segunda-feira (6), que o Canadá deve se juntar ao seu país. A declaração foi feita pela rede social após Justin Trudeau, premiê canadense, anunciar que deixará o cargo em meio à crise política de seu governo, e no dia em que Trump recebeu a certificação de sua vitória pelo Congresso.
“Se o Canadá se fundisse com os Estados Unidos, não haveria tarifas, os impostos diminuiriam e eles teriam total segurança contra as ameaças dos navios russos e chineses que os cercam constantemente”, afirmou Trump. “Que grande nação seríamos juntos”, acrescentou.
A ideia já foi levantada pelo republicano algumas vezes. Há pouco mais de duas semanas, já em um contexto politicamente instável do país vizinho, Trump sugeriu que grande parte da população canadense apoiaria a transformação de seu país em um estado americano. “Acho que é uma ótima ideia. Estado 51!!!”, escreveu.
À época, uma pesquisa realizada pelo Instituto Leger apontou que somente 13% dos cidadãos canadenses diziam gostar da ideia. Trump mencionou pela primeira vez o “estado 51” durante um jantar com Trudeau no fim de novembro.
As falas do republicano se dão também em meio a sua ameaça de impor tarifas de 25% sobre as exportações canadenses para os EUA, tema principal do encontro entre os líderes. Após o jantar, Trump repetidamente se refere a Trudeau como governador.
Em paralelo às declarações sobre o Canadá, o próximo presidente americano também expressa seu desejo sobre a Groenlândia. Segundo ele, é de “absoluta necessidade” para os EUA tomar o controle do território. Em 2019, durante seu primeiro mandato, Trump quis comprar a ilha, que é uma região autônoma da Dinamarca.
Nesse contexto e após o irmão Eric Trump fazer postagens de humor com o pai comprando o Canadá, a Groenlândia e o Canal do Panamá na Amazon Donald Trump Jr., o filho mais velho do próximo presidente, deve visitar o território dinamarquês nesta terça-feira (7).
As declarações do republicano não têm sido bem recebidas por políticos canadenses, que classificam a situação de humilhante e ameaçadora. O país está mergulhado em uma crise política desde a renúncia repentina, em dezembro, da vice-primeira-ministra Chrystia Freeland, devido a divergências com Trudeau justamente sobre como lidar com a guerra econômica iminente com os EUA. Nesta segunda, foi a vez de o premiê anunciar sua saída.
A intenção do presidente americano eleito de aumentar para 25% as taxas sobre as importações mexicanas e canadenses abalou o Canadá, que exporta 75% de seus produtos para o mercado americano. Em termos de empregos, quase 2 milhões de pessoas no país dependem das exportações, em uma população de cerca de 41 milhões.