SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Científica do Piauí constatou que o arroz consumido por uma família em Parnaíba, no litoral do estado, no primeiro dia do ano estava envenenado. Duas pessoas morreram e outras três estão internadas.

Substância encontrada no chumbinho estava presente na comida. Segundo a Polícia Científica, um componente chamado terbufós, também encontrado em pesticidas e agrotóxicos, foi achado no arroz consumido na casa. As informações são do programa Fantástico.

Perícia descartou que peixes doados à família estivessem envenenados. O casal que fez a doação foi ouvido pela polícia, mas não é considerado suspeito do crime, já que também doou peixes a outras famílias e consumiu o alimento em casa, sem qualquer problema.

Suspeita é de que o alimento tenha sido contaminado na madrugada. O mesmo arroz que foi consumido no dia 1º pela família foi usado na ceia de fim de ano no dia anterior, quando ninguém passou mal. “Todo mundo dormindo. Tem capacidade de ter entrado alguém aqui e colocado esse veneno nas comidas”, afirmou Maria dos Aflitos, matriarca da família, ao programa.

Caso passa a ser investigado como homicídio. Com o resultado do laudo, a Polícia Civil descarta a possibilidade de que as mortes tenham sido naturais ou acidentais.

“Alguém colocou a substância no arroz no dia primeiro. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles. A gente vai partir para uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental”, disse Abimael Silva, delegado ao Fantástico.

Um jovem de 17 anos e um bebê de um ano morreram em Parnaíba, litoral do Piauí, após comerem os restos da ceia de Natal na quarta-feira (1º). Sete pessoas da mesma família também foram internadas, mas quatro já receberam alta.

Manoel Leandro da Silva, 17, morreu ainda na quarta-feira, ainda na ambulância. Davi Pereira Silva, de um ano, morreu na quinta-feira (2) após ser internado no Hospital Regional Dirceu Arcoverde.

Familiares apresentaram os mesmos sintomas. Segundo o delegado Abimael Silva, eles tiveram frequência cardíaca abaixo do normal e sudorese intensa, sinais de envenenamento.

MÃE JÁ HAVIA PERDIDO OUTROS DOIS FILHOS POR ENVENENAMENTO

Francisca Maria da Silva, mãe do bebê de um ano que morreu, já teve dois filhos mortos por envenenamento. Em agosto de 2024, Ulisses Gabriel e João Miguel, de oito e sete anos, morreram depois de comer cajus envenenados.

A suspeita pelo crime está presa. Segundo a TV Globo, Lucélia Maria da Conceição Silva, 52, que nega o crime, era vizinha das crianças. Ela responde por homicídio qualificado consumado contra os irmãos.

Na época, a polícia apontou que Lucélia entregou um saco de cajus envenenados aos irmãos. As frutas tinham uma substância tóxica semelhante ao chumbinho.

Polícia não confirma se há relação entre os dois casos.