CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Eleito prefeito de Curitiba em outubro, Eduardo Pimentel (PSD) tomou posse no final da tarde desta quarta-feira (1º) na Câmara de Vereadores, onde terá uma base aliada confortável. Dos 38 vereadores eleitos, a oposição calcula formar uma bancada com sete membros, entre nomes do PT, PDT, PSB e PSOL.

Os vereadores eleitos também tomaram posse na solenidade. Três reeleitos -do Podemos, do Novo e do MDB- pedirão licenças do Legislativo para assumir secretarias.

Pimentel deve contar com o respaldo da maioria no Legislativo para enfrentar um dos temas centrais da campanha eleitoral, que foi o preço da tarifa de transporte coletivo, hoje em R$ 6, uma das mais altas entre as capitais brasileiras.

Ele se comprometeu durante a campanha com a redução do valor da passagem e afirmou que isso deve ser viabilizado a partir do processo licitatório da nova concessão do transporte, previsto para o segundo semestre de 2025. O atual contrato de concessão chega ao fim após 15 anos.

Até lá, outras duas promessas estão na fila. Em entrevista à imprensa logo após sua vitória nas urnas, Pimentel disse que adotaria a meia tarifa de ônibus aos domingos e feriados ainda em janeiro.

Ele também já anunciou, para o primeiro mês de 2025, um vale-creche para famílias com renda de até três salários-mínimos.

A falta de vagas em creches públicas é um dos principais gargalos da cidade -em julho de 2024, a fila de espera girava em torno de 10 mil pessoas. Além do vale-creche, Pimentel se comprometeu a entregar 36 novas creches ao longo dos quatro anos do mandato.

A área da educação será comandada em Curitiba pelo advogado Jean Pierre Geremias de Jesus Neto, que é braço-direito de Renato Feder, atual secretário estadual de São Paulo, na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Neto e Feder já atuaram juntos no governo do Paraná, onde a dupla começou a elaborar um polêmico modelo de parceria com empresas para administração de escolas públicas. Mas Pimentel nega que esteja planejando terceirizar a administração de escolas municipais.

Na estrutura da nova gestão, contudo, Pimentel já anunciou a criação da Secretaria Extraordinária de Parcerias e Concessões. Ela terá um prazo de vigência de 90 dias e terá a função de desenhar um novo órgão para tratar de possíveis concessões e parcerias público-privadas (PPPs).

Outras novas secretarias são a Secretaria da Mulher e Igualdade Racial, a Secretaria de Desenvolvimento Humano e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que ficará nas mãos do vice-prefeito eleito, Paulo Martins (PL).

Entre 29 cargos do primeiro escalão, como secretarias e autarquias, 20 serão ocupados por homens e nove por mulheres.

Pimentel, que passou os últimos oito anos na cadeira de vice-prefeito de Rafael Greca (PSD), também anunciou a permanência de alguns nomes no primeiro escalão.

Não haverá trocas, por exemplo, nos comandos da pasta do Meio Ambiente, da Urbs (Urbanização de Curitiba), da Guarda Municipal e da PGM (Procuradoria-Geral do Município).

Também em janeiro, no primeiro mês de mandato de Pimentel, a corregedoria da PGM deve concluir o trabalho de apuração sobre suposto assédio eleitoral envolvendo a campanha do PSD.

Áudios revelados pela imprensa em outubro mostraram Antonio Carlos Pires Rebello, então superintendente de Tecnologia da Informação, dizendo a servidores que eles precisavam comprar convites de um jantar do PSD em apoio a Pimentel, que isso “já veio determinado” e “não tem como negociar”.

Após o caso vir à tona, a prefeitura exonerou Rebello e abriu a investigação no âmbito da corregedoria. A campanha de Pimentel negou participação no episódio, tratando o caso como um fato isolado. A defesa de Rebello alegou que não houve coação, apenas um convite.

A investigação na corregedoria foi aberta em 9 de outubro com prazo de 90 dias. O conteúdo dos áudios também abastece uma representação em trâmite na Justiça Eleitoral.