SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) concedeu nesta sexta-feira (27) liberdade provisória às quatro jogadoras de futebol do River Plate que estavam detidas desde a sexta anterior (20). Elas foram presas em flagrante durante partida da equipe argentina contra o Grêmio, no estádio do Canindé, em São Paulo, acusadas de injúria racial.

Em sua decisão, o juiz Fernando Oliveira Camargo determinou que Candela Agustina Díaz, Milagros Naiquen Díaz, Camila Ayelen Duarte e Juana Cangaro devem pagar R$ 25 mil ao homem apontado como vítima, o gandula Kayque Rodrigues, em prazo de cinco dias. Elas também não podem deixar o Brasil.

O episódio que causou a prisão se deu no momento em que Maria, do Grêmio, empatou o jogo com o River, válido pela Ladies Cup, aos 38 minutos do primeiro tempo. Uma grande confusão se formou, e ao menos uma das jogadoras do time portenho fez gestos racistas na direção do gandula, como mostram as imagens. As brasileiras em campo também disseram ter sido alvo de xingamentos racistas.

A partida foi encerrada prematuramente, com múltiplas expulsões e eliminação do River, em seguida suspenso da competição por dois anos. O Grêmio e o próprio River publicaram notas repudiando os gestos discriminatórios, e no dia seguinte ao confronto a prisão em flagrante das quatro argentinas foi convertida em provisória, agora revogada.

Os advogados de defesa disseram, em nota, que “este não é o momento do exame do mérito das acusações, porém, igualmente, a prisão antes decretada não poderia subsistir, ante a ausência de razões a sustentá-la”. A equipe jurídica, por fim, apontou que, “felizmente revogada hoje a prisão, em liberdade, [as atletas] aguardarão o desfecho do inquérito policial”.