SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta quinta-feira (26) o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista para R$ 5. O reajuste ocorre após alta recorde dos valores pagos como subsídio às empresas de ônibus e vale a partir da 0h de 6 de janeiro, primeira segunda-feira de 2025.
Em 2024, a municipalidade repassou R$ 6,7 bilhões às viações como compensação tarifária. O valor é 14,5% a mais do que o registrado no ano anterior o maior aumento desde o fim da pandemia, quando as restrições sociais esvaziaram o transporte público.
Na capital paulista, a prefeitura subsidia parte do transporte público e o percentual é calculado de acordo com o número de passageiros.
Os repasses representaram 58,7% do custo total do sistema neste ano R$ 11,4 bilhões. O restante R$ 4,6 bilhões foi arrecadado via passagens pagas pelos usuários. O montante pago é o mais baixo desde 2021, quando os passageiros voltaram a usar os ônibus após o período de restrição social durante a pandemia.
Para 2025, o orçamento da cidade vai destinar R$ 6,5 bilhões ao subsídio das empresas de ônibus.
O salto no repasse ao longo de 2024 é explicado pela tarifa zero aos domingos nos ônibus da capital, anunciada por Nunes no fim do ano passado. A gratuidade começou a valer em 17 de dezembro e levou a municipalidade pagar R$ 10 milhões a mais por mês R$ 2,5 milhões a cada domingo às empresas de ônibus pelo aumento de 20% da demanda de passageiros.
Na ocasião, prestes a começar 2024, Nunes se preparava para disputar a reeleição como prefeito da capital, da qual saiu vencedor com 59,35% dos votos no segundo turno.
Neste ano, a gratuidade no sistema atingiu o maior percentual desde 2019 e representou 28% das transferências 50% foram passagens pagas e 22%, integração entre ônibus sem acréscimo tarifário.
Isso é reflexo da instituição da tarifa zero aos domingos. Em relação a 2023, o percentual de viagens gratuitas subiu de 22% para 28%, segundo cálculos da SPTrans. Em relação a 2019, na pré-pandemia, a alta foi de 5 pontos percentuais (23% para 28%).
O último reajuste do transporte público municipal ocorreu em janeiro de 2020, quando a passagem foi de R$ 4,30 para R$ 4,40. No fim de 2023, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) subiu a tarifa de metrô e trem para R$ 5, em uma das únicas vezes em que o bilhete do ônibus não acompanhou o reajuste dos meios de transporte administrados pelo Palácio dos Bandeirantes.
Ao citar a alta do dólar e a projeção de aumento da inflação no país, o prefeito reeleito sinalizou a chance de aumento da tarifa em suas últimas agendas do ano. ” O medo hoje, qual é? É explodir a inflação e a gente colapsar o sistema de transporte”, disse após a cerimônia de diplomação no último dia 19.
“Se a economia tivesse melhor e não tivesse risco de [aumento da] inflação, eu poderia até bater o martelo aqui que não teria aumento de tarifa, mas, com esse cenário tão ruim, a gente precisa ter uma solução para evitar o risco de tirar dinheiro da educação, da habitação para levar para o transporte”, disse na semana anterior ao reajuste.
Os usuários do sistema de transporte têm até o dia 5 de janeiro para recargar o Bilhete Único com o valor ainda não reajustado.
O novo valor da tarifa só será debitado do cartão de transporte a partir de recargas feitas na categoria Comum após a data do reajuste. Até acabar o saldo pago em 2023, será debitado R$ 4,40 ao passar pelas catracas. O saldo com a tarifa antiga expira em até 180 dias.
ONDE RECARREGAR O CARTÃO DE TRANSPORTE
As recargas poderão ser feitas em totens nas estações de metrô e da CPTM. As máquinas aceitam pagamento em dinheiro e cartão de débito.
Outra opção é utilizar a internet. A página da SPTrans disponibiliza aplicativos para esta finalidade.
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EVOLUÇÃO DO REAJUSTE DA TARIFA EM SÃO PAULO
2012
R$ 3,00
2013
Não houve. O então prefeito Fernando Haddad (PT) e o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuaram e cancelaram o aumento para R$ 3,20 após os protestos de junho
2014
Não houve
2015
R$ 3,50
2016
R$ 3,80
2017
Apenas a tarifa integrada com o metrô e a CPTM foi reajustada. Em seu primeiro ano de mandato, o então prefeito João Doria (PSDB) havia prometido não aumentar a tarifa dos ônibus em 2017
2018
R$ 4,00
2019
R$ 4,30
2020
R$ 4,40
2024
R$ 5