Uma mulher suspeita de planejar a morte do próprio pai para ficar com uma herança estimada em R$ 3 milhões levantou suspeitas ao vender parte dos bens da família poucos meses após o crime. Segundo o delegado Peterson Amin, responsável pelo caso, a filha única da vítima vendeu 100 cabeças de gado e um imóvel, além de tentar movimentar dinheiro da conta bancária do pai. Ela e o marido foram presos na cidade de Campos Verdes, no norte de Goiás.
“Ela tentou acessar o dinheiro do banco, mas não conseguiu. Em seguida, começou a vender os bens rapidamente, o que chamou a atenção da polícia”, explicou o delegado. A pressa em liquidar os bens reforçou os indícios de envolvimento no assassinato.
A herança incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis localizados em Campinorte e uma quantia em dinheiro. De acordo com a investigação, o crime ocorreu no dia 1º de abril na zona rural de Campinorte. O pai da suspeita foi morto em uma emboscada, atingido por dois disparos de arma de fogo enquanto conduzia uma motocicleta.
A Polícia Civil apurou que o casal contratou um executor pelo valor de R$ 20 mil, que, por sua vez, envolveu outros dois homens no crime. No entanto, o executor denunciou a mulher e o marido à polícia ao perceber que não receberia o pagamento combinado.
Detida na última sexta-feira (20), a suspeita alegou que o marido foi o mentor do crime, mas não o denunciou por medo. O homem, por outro lado, optou por permanecer em silêncio durante o depoimento. A polícia desconfia da versão apresentada por ela.
A Defensoria Pública, que representou o casal na audiência de custódia, informou que não emitirá posicionamentos sobre o caso e que os acusados deverão contratar advogados ou contar com a nomeação de um defensor pelo juízo.