SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 16 pessoas, entre elas, cinco policiais militares, foram denunciadas pelo Ministério Público por extorsão contra comerciantes no Brás, no centro de São Paulo. A denúncia inclui ainda os crimes de lavagem de dinheiro e formação de milícia privada.
No último dia 16, operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público desarticulou o esquema de venda irregular de pontos comerciais para autônomos na região conhecida pelo comércio popular. Nove denunciados já cumprem prisão preventiva e foram quebrados os sigilos bancários e fiscal dos acusados.
A investigação começou após o Gaeco receber da Corregedoria da PM ofício informando que agentes incluindo cabos, soldados e sargentos vinham exigindo e recebendo pagamentos periódicos para permitir a atividade das vítimas na região, conhecida pelo comércio popular.
De acordo com uma testemunha protegida, um grupo de pessoas passou a exigir o pagamento de luvas no valor de R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar as vendas no local.
Quando o ambulante não tinha os valores exigidos o que era comum os policiais o encaminhavam para os agiotas, que cobravam juros altíssimos.
Segundo o corregedor da PM, coronel Fabio Sérgio do Amaral, os crimes aconteciam ao menos desde o ano passado. As áreas de comércio popular eram loteadas e o grupo “agia como donos das ruas”. Um cabo atuava de moto no local. Ele percorria as ruas da região fardado, conversava com os comerciantes como uma forma de amedrontá-los e, nos dias em que estava de folga, voltava exigindo o pagamento.
A Corregedoria da PM apura os valores movimentados pela quadrilha com base em planilhas aprendidas na operação desta segunda. Na casa de um dos apontados como agiota da quadrilha foram encontrados R$ 140 mil escondidos em sofá, cama e outros móveis.