As queimadas devastaram 449 mil hectares em Goiás durante 2024, afetando principalmente os municípios de Formosa, Mineiros, Rio Verde e Jataí. Conforme a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), 51,7% das ocorrências se concentraram em áreas agropecuárias, enquanto apenas 1,42% aconteceram em terrenos com licença ambiental.

Nas unidades de conservação, as áreas mais atingidas foram os parques nacionais da Chapada dos Veadeiros (14,6 mil hectares) e das Emas (11,3 mil hectares), representando 6,5% do total queimado. Terras quilombolas responderam por 1,5%, enquanto terras indígenas sofreram apenas 0,02% dos incêndios registrados.

ATENDIMENTO E PREVENÇÃO

O Corpo de Bombeiros contabilizou 10.686 operações até setembro, com maior concentração em áreas urbanas. A plataforma Monitor de Queimadas recebeu 584 notificações ao longo do ano. Para combater os incêndios, a Semad investiu R$ 4,22 milhões em medidas preventivas, incluindo contratação de brigadistas e aquisição de equipamentos. As brigadas especializadas atenderam 152 casos, especialmente em regiões próximas às unidades de conservação.

ANÁLISE HISTÓRICA

Dados da série histórica iniciada em 1998 mostram que os anos mais críticos foram 2007 e 2010, com 12,6 mil e 13,4 mil focos de calor, respectivamente. Após uma redução expressiva entre 2019 e 2023, quando os registros caíram de 7.160 para 3.160 focos, o ano de 2024 apresentou um aumento, totalizando 5.954 focos até outubro.

Setembro de 2024 foi particularmente alarmante: a média histórica de 2.240 focos saltou para 3.111. Apesar disso, nenhum mês de 2024 ultrapassou os recordes históricos, indicando picos elevados, mas dentro da variabilidade esperada.

IMPACTO ECONÔMICO

Relatório do Instituto Mauro Borges (IMB) estima que as queimadas geraram custos de R$ 710 milhões entre janeiro e agosto de 2024, com projeção de alcançar R$ 1,2 bilhão até o final do ano.

CONTEXTO NACIONAL

Goiás contribuiu com 7,8% dos focos de incêndio registrados no Brasil em 2024. Os estados com maior número de ocorrências foram Mato Grosso (24,4%), Tocantins, Maranhão e Minas Gerais.